74% das empresas tiveram suas receitas reduzidas com a crise do Coronavírus, aponta pesquisa da ICTS Protiviti

 

Levantamento com grandes e médias empresas mostra os principais impactos da pandemia, que reduziu a receita, ampliou riscos financeiros e forçou a adaptação da força de trabalho

 

A pandemia causada pelo Covid-19, em âmbito global, expôs as empresas a uma crise diferente de todas as que já haviam sido enfrentadas antes. Para entender como as operações brasileiras estão assimilando e respondendo à crise, a ICTS Protiviti, consultoria de gestão de riscos e compliance, elaborou um estudo que aponta os principais impactos sofridos no período.

Com a participação de 80 grandes e médias empresas, atuando sobretudo nos setores de logística, varejo, saúde e serviços, o estudo aponta que 74% das empresas tiveram suas receitas reduzidas e 84% delas foram expostas a riscos financeiros. “Estes indicadores são reflexo da interrupção das operações em diferentes níveis de severidade, que envolveu 81% da amostra, acompanhada da redução de demanda, típica de contextos de crise, mas que foi agravada pela quarentena e insegurança financeira frente ao cenário”, comenta Victor Tubino, gerente sênior da prática de gestão de riscos e performance da ICTS Protiviti.

A necessidade de adaptação da força de trabalho também foi outro indicador que chamou atenção na pesquisa, atingindo 80% das empresas. Neste quesito, a tecnologia foi a grande aliada do período e suportou a continuidade das atividades em meio à crise. Recursos de vídeo chamadas e reuniões virtuais, assim como os acessos remotos aos sistemas das empresas, foram utilizados por 80% e 69% das empresas, respectivamente. Neste cenário, reforçar as políticas de segurança de informações e os sistemas de proteção são condições essenciais.

No quesito Plano de Continuidade de Negócios, metade das organizações sinalizaram a necessidade de ajustar seus planos pré-existentes, aprofundando os cenários para reavaliar o impacto nos negócios. Isso demonstra que não estavam preparadas para um evento da magnitude de uma pandemia e, agora, estão se estruturando melhor para o enfrentamento de crises futuras.

Analisando o tempo previsto para a retomada das atividades após o fim da quarentena, 44% considera que o retorno ocorrerá entre quatro e seis meses, apesar de um grupo mais otimista, de 26%, acreditar que o retorno deve ocorrer em até três meses.

Em relação as ações de retomada de negócios, 50% das empresas apontam que revisarão seus protocolos de trabalho remoto e de viagens. Outro aspecto que receberá atenção é a busca por eficiências por meio da digitalização e automação dos processos de trabalho, ação almejada por 48% das organizações. A definição de um comitê de retomada e a revisão das estratégias financeiras foram também apontadas por 45% e 41%, respectivamente, das organizações participantes. Um terço das empresas também fará uma revisão ampla do seu modelo de negócio. Estes são sinais do efeito profundo e transformador desta crise.

Este impacto também modificou a percepção sobre o perfil ideal dos profissionais no mercado de trabalho. O estudo destaca a importância das soft skills, ou seja, habilidades e competências pessoais de cada colaborador, para o enfrentamento da crise e retomada. A capacidade de manter-se produtivo em regime de trabalho remoto foi apontada por 73% como uma característica fundamental e desejada nos profissionais, assim como a facilidade para comunicar-se, citada por 67% dos respondentes. Outras qualidades relevantes, como o foco em inovação e desenvoltura para trabalhar em colaboração, foram apontadas por 64% das empresas.

“Estes dados mostram que as empresas estão atentas para formarem equipes de alta performance no contexto de trabalho remoto, que deve manter-se em maior ou menor grau mesmo após o término desta pandemia. Sem uma supervisão direta e a convivência frequente no ambiente da empresa, a busca por profissionais com estas competências será um ponto chave para as organizações, juntamente com soluções para o engajamento, gestão e monitoramento das equipes remotas”, explica Tubino.