Cláudia Avilar*
As medidas atuais de isolamento social surgiram repentinamente com
a pandemia da Covid-19 e trouxeram preocupações com a saúde pública, além de
apreensões em relação à administração da vida pessoal e familiar. E nesta
esteira de mudanças, passamos pela necessidade de aderir ao formato de trabalho
remoto abrupta e continuamente, o que representou um impacto significativo para
a maioria das pessoas.
É
importante destacar que não apenas a pandemia, mas o avanço da era digital como
um todo trouxe diversos questionamentos e revisões sobre o nosso modo de
trabalho. Muitas atividades que antes exigiam a presença física para sua
execução precisaram se reinventar e se flexibilizar para não serem abandonadas
frente à tamanha inovação.
Certamente
não foi diferente com o modelo do Compliance Individual, que trata de um
processo que aborda dilemas corporativos, promovendo a compreensão e a análise
da percepção ética e do posicionamento de profissionais de diferentes posições.
A metodologia de avaliação, que ocorria num formato presencial por meio de uma
entrevista, precisou ser alterada.
Antes
mesmo da pandemia, já havia sido notada a necessidade de acompanhar a era
digital e tecnológica. Não era aceitável e nem mesmo viável termos somente a
modalidade presencial para nossos processos se considerarmos que as pessoas
possuem suas próprias agendas, vidas, rotinas e compromissos. Era preciso
atualizar o modelo para que fosse realizado à distância.
A
busca por ferramentas para condução de um processo on-line e pensar em novas
formas que, mesmo à distância, são aderentes para o suporte e o esclarecimento
de dúvidas, sem esquecer de preservar a qualidade da análise e da metodologia,
foi imprescindível para lidar com as rotinas das empresas nesta pandemia.
Com
as contratações ocorrendo à distância em função do isolamento social, a
aplicação do Compliance Individual realizado de forma on-line garantiu às
empresas um processo seletivo mais aprofundado e uma
integração efetiva do novo talento da companhia, uma vez que é uma solução que
pode ajudar as empresas a entenderem o quanto o profissional está preparado
para atuar remotamente sob a perspectiva ética.
Há uma genuína preocupação em contratar pessoas que tenham um
alinhamento com a cultura ética da organização. E conhecer de forma aprofundada
a percepção moral de um colaborador pode auxiliar na definição de nível de
autonomia e de independência que ele terá.
Certamente este período nos propiciou muitas reflexões, pessoais e
profissionais, além de diferentes mudanças sobre nosso modo de atuação e nossas
entregas. Muito se comenta hoje sobre o novo normal e o quanto diversas coisas
vieram para ficar. Esperamos que as boas práticas adquiridas a partir desta
revisão de métodos e de conceitos permaneçam e sejam fonte de inspiração para
sempre revisitarmos a forma como atuamos e nos relacionamos com este olhar de
evolução.
* Cláudia Avilar é consultora pleno de Compliance
da ICTS Protiviti, empresa especializada em soluções para gestão de riscos,
compliance, auditoria interna, investigação, proteção e privacidade de dados,
única empresa de consultoria reconhecida como Empresa Pró-Ética por quatro anos
consecutivos.