É mais barato testar no Brasil

Por Ricardo Cristalli

A mão de obra brasileira especializada em teste de software é mais barata que na maioria dos países da Europa, entre os países emergentes, somos o que possui a melhor infra- estrutura para a execução dos serviços. Com exceção da Europa e dos Estados Unidos, o País é o único que aplica um exame de certificação da categoria, e já certificou cerca de 200 analistas de testes em cinco avaliações.

É no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, RJ, que está sediada a ALATS (Associação Latino Americana de Teste de Software), órgão que não existe em nenhum outro país emergente, que esteja engajado na criação de um modelo para aprimorar o processo de teste e apoiar o credenciamento das empresas. A instituição oferece diversos cursos de graduação e pós-graduação com ênfase em teste de software, além de aplicar regularmente um exame para certificar os profissionais do setor.

Desenvolver software é uma atividade que exige mão de obra qualificada e por isso a Índia se tornou há alguns anos uma das principais referências mundiais nessa área, pois reúne duas vantagens: a capacitação e o preço barato do serviço profissional. Desde a criação da ALATS, o País vem se firmando como importante agente na evolução global da função, evoluindo no cenário mundial.

Prova disso é o movimento que está sendo conduzido por órgãos da iniciativa privada e do governo brasileiro para a implementação de uma nova metodologia de teste de software. Ações como esta estão levando à prática um nível superior encontrado até mesmo em muitos países europeus.

Ao contrário que muitos empresários pensam, a atividade de teste de software pode ser muito bem executada em território nacional e custa muito menos que em outros locais. O custo anual de um analista de testes no Reino Unido está em torno de 35 mil libras, na Europa 40 mil euros e nos Estados Unidos aproximadamente 50 mil dólares. Já no Brasil, o custo anual de um analista de testes qualificado é de aproximadamente 24 mil dólares. Aqui, comparado aos Estados Unidos e ao Reino Unido, o teste pode ser executado por menos da metade do custo.

A crise econômica que abalou o mundo está levando as empresas a buscarem soluções mais baratas para esse processo. Um dos caminhos encontrados é a terceirização das operações que requerem mão de obra. Acompanhando a consolidação da Índia como um país com atuação de destaque na área, o Brasil também está sendo reconhecido como disseminador das técnicas de teste, com o diferencial de poder oferecer o serviço com a mesma qualidade, porém pela metade do custo.

Ricardo Cristalli é diretor do iTeste (Instituto de Teste de Software) e vice-presidente da ALATS (Associação Latino-Americana de Teste de Software).