A tecnologia móvel como ferramenta de otimização da vida moderna

O Brasil possui um dos maiores números de aparelhos celulares habilitados no mundo. A chamada “nova classe média” encerrarou 2010 com 45% da fatia de gastos com produtos eletrônicos, segundo pesquisa do Instituto Data Popular, realizada a partir de dados da POF (Pesquisa de Orçamento Familiar) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Essa condição permite a oferta de uma série de novos serviços, incluindo os bancários.

Funcionalidades como informações de conta corrente, pagamentos, depósitos, transferências, suporte e serviços de conteúdo podem ser ofertados através dos processos de mobile banking, que são capazes de suprir as demandas específicas do mercado nacional. Mesmo diante de alguns desafios previstos nas relações virtuais, como a proteção do cliente, existe no País um imenso potencial para o desenvolvimento de soluções voltadas para mobile banking.

Além do contínuo crescimento do uso do celular no País devido à entrada de novas operadoras de telefonia móvel, que fomenta a competitividade e gera a redução dos preços dos aparelhos e dos serviços, outro fator é relevante: os canais de pagamento estão cada vez mais avançados tecnologicamente, isentando o usuário de deslocar-se até uma agência.

Para o usuário, além da facilidade de acesso às informações da conta corrente em qualquer hora e em qualquer local, o cliente passa a ter mais pró-atividade com o serviço bancário, pois não necessita de intermediários. A interação também passa a ser ampliada, visto que é possível localizar os caixas eletrônicos, por exemplo, que estão mais próximos da região onde o cliente estiver localizado.

Em contrapartida, os benefícios para as instituições financeiras são igualmente amplas. Além de se tornar um canal de venda, o modelo viabiliza a proximidade com os clientes, aumentando o grau de satisfação do usuário desse serviço e sua fidelidade, diminuindo assim a demanda até então direcionada aos call centers e, consequentemente, proporcionando redução de custos para a instituição.

O pagamento através do celular é uma alternativa ao uso dos cartões de crédito e débito. O lançamento dos smartphones de segunda geração, por exemplo, desencadeará o surgimento de softwares que se ajustarão às novas características dos aparelhos. Com a possibilidade de efetuar pagamentos, o aparelho será um meio comum de realizar este serviço, vinculado a um determinado banco.

É muito provável que o uso das aplicações móveis mude a maneira como certas ações rotineiras são realizadas. Um exemplo é a generalização do uso dessa tecnologia para a realização do check-in nos aeroportos. Através de um simples código dimensional recebido no aparelho móvel é possível que o usuário tenha acesso ao avião.

Não há dúvida de que essa tendência vai caminhar para a eliminação de objetos e ações cotidianas, além de possibilitar a diminuição de deslocamentos, ações e movimentos para gestões e compras.

Carlos Eres é CEO da GFT Iberia e responsável pelo grupo GFT do Sul da Europa e Américas. A companhia é provedora mundial de serviços de TI e criadora do Global Delivery Model, sistema de gestão de recursos globais que permite a interação de profissionais especializados para as diferentes necessidades de terceirização, independente da região de origem da demanda.