Por Renato Matavelli
Com a rápida evolução
tecnológica do Fisco nos últimos anos, que derrubou alguns paradigmas
estruturais, como por exemplo, a substituição da emissão de Nota Fiscal em
papel pelo seu modelo eletrônica e mais, com a implementação dos demais
projetos do SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), em que a própria
escrituração passou a ser digital, as empresas e o mercado em geral estão se
deparando com a necessidade de um novo perfil profissional para trabalhar nas
áreas fiscais e contábeis.
Devemos considerar neste
cenário que as novas obrigações se juntaram a outras tantas que ainda hoje são
exigidas pelas empresas e, provavelmente, ainda serão por um bom tempo. Podemos
citar alguns fatores que corroboram com este ponto de vista, a começar pela
adesão escalonada das empresas às novas obrigações, seguindo critérios
pré-estabelecidos na Legislação; a qualidade das informações transmitidas, que
de acordo com a análise do Fisco, ainda não atingiram o grau de qualidade
esperado; além do período normal de assimilação, análise e preparação dos novos
sistemas de fiscalização, através dos entes administrativos.
Além da preocupação no
atendimento das novas obrigações e sua evolução, o profissional deve se manter
atualizado com as inúmeras alterações legais publicadas diariamente nos âmbitos
municipal, estadual e federal, publicações estas que devem ser lidas e
analisadas, identificando os possíveis impactos nas operações das empresas e
também nas obrigações entregues ao Fisco.
Nos últimos tempos, a
utilização de software de gestão empresarial (ERP) tornou-se um quesito de suma
importância em qualquer organização. Neste mesmo patamar estão os software de
gestão fiscal, responsáveis em prover às empresas funcionalidades para o
atendimento aos cenários acima expostos, principalmente com a garantia do
acompanhamento das alterações e novos temas. O conhecimento profundo destas
ferramentas de trabalho, por meio dos analistas, é essencial para o exercício de
todas as atividades, cumprindo as exigências legais, evitando-se os riscos
fiscais.
Por essas e por outras,
constatamos, frequentemente, que o mercado reclama do apagão de mão de obra
especializada e, realmente temos que admitir: encontrar este perfil de
profissional pronto no mercado ou mesmo capacitá-los não é tarefa fácil. Uma
das alternativas utilizadas pelas empresas para manterem-se
"compliance" com o Fisco, não onerando por demais os custos com folha
de pagamento e demais investimentos e que vem se tornando uma tendência é a
utilização do BPO Fiscal. Trata-se da terceirização de parte ou de toda a
rotina operacional das áreas fiscais e contábil por empresas especializadas,
utilizando-se de software de gestão fiscal, Deste modo, os analistas das
empresas, ficam liberados para o atendimento das atividades estratégicas, como
por exemplo, planejamento tributário, reuniões e comitês fiscais e outras
tantas que tragam valor agregado a área e à empresa como um todo.
Esta terceirização traz inúmeros benefícios, como por exemplo, diminuição de
Head Count, redução de investimento em infraestrutura, custo previsível, ganho
de expertise em tecnologia entre outros. Porém, é importante que a empresa
especializada utilize o software de gestão fiscal de mercado, garantindo a
qualidade da informação e facilitando uma possível transição ou retorno da
operação ao final do contrato.
Outra tendência, essa
apontada pelos analistas de mercado, é o uso mais freqüente da computação em
nuvem, que adaptada ao nosso cenário fiscal, seria traduzida pela utilização de
software especializados na gestão fiscal, porém, em uma nova modalidade de
contratação. A empresa assinaria um serviço, com um valor mensal pelo uso da
ferramenta e não teria mais os custos e a responsabilidade em mantê-lo em seu
parque de servidores, além da garantia de contar com um software atualizado com
as inúmeras alterações legais vigentes . Sem contar que todo o suporte de
infraestrutura, as atualizações técnicas no banco de dados e aplicações ficam
por conta da empresa de software contratada.
Considerando os
benefícios da utilização do BPO Fiscal, aliado à tendência da computação em
nuvem, podemos considerar que a união de ambas se tornará uma grande opção para
o mercado empresarial. Em que em breve as empresas poderão, por um valor mensal
e previsível, terem todas as suas obrigações acessórias atendidas por uma
equipe especializada, com a garantia de utilização de softwares de última
geração, sem onerar os custos com infraestrutura, folha de pagamento e
liberando os analistas para as demais atividades da empresa.
Renato Matavelli é diretor da área de
BPO da Sonda IT, maior companhia latino-americana de Tecnologia da Informação
(TI)