por
Wagner Tadeu Rodrigues*
A fim de responder à
volatilidade crescente da demanda dos clientes e dar condições de mercado, que
no atual ambiente de negócios se encontra em rápida evolução, a maioria das
empresas estão se esforçando para operar uma cadeia de suprimentos mais
dinâmica. Como as cadeias de abastecimento estão cada vez mais alimentadas pela
Tecnologia da Informação, baseadas em TI flexíveis, as soluções automatizadas
são uma parte cada vez mais importante de um projeto de cadeia de suprimentos.
Neste contexto, não é nenhuma surpresa que o tema da "Cloud
Computing" comece a gerar grande interesse.
A modalidade Cloud
Computing promete permitir uma ampla gama de capacidades, e ainda que o seu uso
potencial seja excepcionalmente amplo, é difícil de prever o futuro. O certo é
que nos próximos anos ela irá reformular radicalmente como a capacidade de
computação é fornecida e gerenciada, como a informação é controlada e como a
economia é gerada pela TI na cadeia de abastecimento.
Ao avaliar o potencial da
computação em nuvem, os executivos de logística enfrentam um conjunto diferente
de desafios em outras funções de negócios. Especificamente, eles vão ter que
pagar um preço diante de várias mudanças fundamentais que a adoção da
computação em nuvem irá conduzir na logística. Dentre elas, o surgimento de
novos concorrentes. A computação em nuvem tem o potencial de permitir a criação
de empresas a estabelecer-se em um curto período de tempo sem investimentos
significativos em infraestrutura, prejudicando o cenário competitivo
estabelecido.
O ritmo em que novos geradores
de receitas de produtos e serviços são introduzidos colocou pressão crescente
sobre as cadeias de fornecimento nos últimos anos. A Cloud Computing vai
acelerar ainda mais esse ritmo.
Em larga escala de
transformação, novas ameaças competitivas e encurtamento de ciclos de vida de
produtos e serviços irão conduzir as empresas tradicionais com cadeias de
infraestrutura intensiva de abastecimento, reinventando-se através da adoção de
soluções baseadas em cloud para aumentar a competitividade. Como resultado, as
cadeias de abastecimento se tornarão mais dinâmicas, mais escaláveis e capazez
de suportar os objetivos financeiros de conselheiros e acionistas.
No entanto, a promessa da
computação em nuvem também levanta preocupações e os riscos que os executivos
devem ter em conta na formulação de suas estratégias. Estes incluem a
colaboração e o ecossistema de parceiros. Poucas empresas tem controle para
possuir ou operar a sua cadeia de abastecimento internamente. Assim, decisões
sobre o uso de tecnologia de nuvem pode envolver vários parceiros, criando
complexidades e sensibilidades entre as organizações participantes.
A essência competitiva é
outro tópico. Para se diferenciar no mercado e ganhar vantagem competitiva, as
empresas de alto desempenho usam o gerenciamento da cadeia de fornecimento
sofisticado e eficaz. Então, elas devem estabelecer como podem desenvolver
aplicações reutilizáveis e processos que não são especificamente
personalizados para o seu negócio.
E quando o assunto é
cloud, um dos temas mais discutidos é a segurança. Se operando em
infraestruturas tradicionais ou nuvem as empresas têm necessidade absoluta de
proteger os seus produtos e clientes, para muitos a possibilidade de sumir
dados pode levar a perda de propriedade intelectual, de produtos, de clientes e
de negócios. Assim, a segurança é uma preocupação primordial.
Aproximando-se do ponto de inflexão
Dadas estas considerações,
não é surpreendente que as empresas estão se movendo relativamente com cautela
para usar as tecnologias de nuvem em suas cadeias de suprimentos. No entanto,
estudos em vários setores mostram que o interesse pelo potencial do cloud
computing nas cadeias de abastecimento já é forte.
Nos EUA, uma pesquisa do
Gartner no setor de varejo revela que os contratos da cadeia de suprimentos e
de pontos de atendimento perdem apenas para o CRM como um processo orientado
para a nuvem, do tipo de software como serviço (SaaS).
Não demorará muito para
que este alto nível de interesse em SaaS na cadeia de suprimentos avance para
adoção crescente de serviços baseados em nuvem. Historicamente, as operações da
cadeia de suprimentos têm provado ser hábeis em adotar soluções tecnológicas
inovadoras, e a nuvem não será exceção.
Com investimento já
comprometido em infraestrutura de TI, esta década verá cadeias de abastecimento
aumentarem as soluções existentes com novas tecnologias que melhoram ainda mais
a sua velocidade e flexibilidade. Até a atualidade, estas inovações incluíram o
Código de Barras, RFID, aplicações móveis e análises avançadas.
A computação em nuvem
provavelmente representa o próximo passo nesta progressão. Quando isso
acontecer, a modalidade de cloud vai levar a uma revolução na maneira de como
os serviços da cadeia de suprimentos serão fornecidos, afastando-se dos
tradicionais modelos contratados, terceirizados com mais flexibilidade e
baseados em eventos modelos.
* Wagner Tadeu Rodrigues é
presidente da Store Automação, fornecedora de softwares orientados à logística
com produtos consolidados e reconhecidos, que primam pela eficácia de toda a
cadeia de distribuição