Estudo
“7 HotTechs” da E-Consulting (www.7hottechs.com.br), produzido há mais
de dez anos pela consultoria e que possui o índice de acerto de 91%, aponta as
principais tendências tecnológicas que impactarão diretamente na condução dos
negócios, processos e relacionamentos corporativos das empresas com seus
públicos e mercados nos próximos 2 anos
Materializing,
CXPO, ITD Governance, Time to MKT Specific Developing Cycle, Competitive
Anticipation, Real Costing / Right Pricing e ITelligence são as tendências
tecnológicas selecionadas para a formação da lista 7 Hot Techs 2015, produzido pelo TechLab, laboratório de pesquisas e análise de tecnologias da
E-Consulting Corp.(www.e-consultingcorp.com.br),
boutique de estratégia e projetos líder na criação, desenvolvimento e
implementação de serviços profissionais em Web, TI, Telecom,
Contact Center, Multicanais e Novas Mídias, que atualmente atende 32 das 50
maiores empresas no país.
O levantamento contém as
tecnologias mais quentes que merecem atenção e a discussão estratégica dos
executivos, investidores e analistas de negócios e de TI, principalmente, no
período próximo de dois a cinco anos. O intuito do 7 Hot Techs é ser uma
espécie de radar para que CIOs (Chief Information
Officer), CTOs (Chief Technology Officer), CFOs (Chief Financial Officer), CMOs (Chief Marketing Officer) e CEOs (Chief Executive Officer) comecem a pesquisar, acompanhar e entender a partir de agora
esses conceitos para que suas empresas se mantenham competitivas e atualizadas
no futuro.
“Em 2015 será um ano difícil de
cortes de orçamento e investimentos, caracterizado pelo binômio Inovação e
Eficiência. Um dos objetivos do estudo é orientar os executivos tanto da porta
para fora, buscando visão única do cliente e à aproximação com os clientes
finais e, quanto da porta para dentro, à perseguição da maturidade na gestão da
TI como área cada vez mais estratégica”, explica Daniel Domeneghetti, sócio
fundador da E-Consulting e autor da pesquisa.
O executivo ainda reforça que o
estudo sempre reforça que, em geral, não são conceitos e tecnologias para
adoção imediata em larga escala, mas sim para o estudo sobre o potencial
emprego no médio prazo e sobre como fazer isso, quais suas implicações,
restrições e seus benefícios.
O executivo ainda comenta que a
consultoria procura fugir das tradicionais apostas norteadas pela indústria,
pois as mesmas já foram previstas anos atrás e funcionam como a postulação do
óbvio. “Dizer hoje que Cloud Computing, Big Data Outsourcing ou TI como
Serviços serão destaques em 2015 não é um serviço de valor diferencial para o
CIO, interessados ou investidores em TI, já que são tecnologias amplamente
debatidas e, inclusive, eleitas em levantamentos anteriores”, pontua
Domeneghetti.
Em 2015, as 7 Hot Techs selecionadas foram:
1)
1) Materializing: A From Digital Ideas
to Real Products - Tornar reais coisas
produzidas na imaginação, possibilitadas pela tecnologia é, de fato, uma
mudança de patamar. Materializing é a tendência
que representa esta e outras tecnologias orientadas a tornar físicos os
conteúdos originariamente digitais. Como exemplo desta corrente temos a
impressão 3D.
Everyone is a designer - um efeito relevante desta tendência será o expressivo aumento de
empreendedores individuais e microempresas focadas em explorar as
possibilidades comerciais destas tecnologias, materializando suas ideias em
produtos reais e, claro, buscando comercializá-los globalmente, acelerando
assim o potencial crescimento do comércio eletrônico multiformato para
micronegócios.
2) CXPO – Chief Experience Officer - É senso comum que quase não há mais sentido em se separar
completamente funções como TI, Digital, Redes Sociais, Marketing e Contact
Center como disciplinas e áreas numa empresa. E isso é verdadeiro, seja porque
o que importa é o usuário e sua experiência, especialmente quando este é um
cliente, consumidor ou mesmo funcionário, seja porque a gestão da cadeia
produtiva das soluções, devices, plataformas e aplicativos deve ficar mais
orientada à agilidade demandada pelos tempos de competitividade asfixiante que
as empresas irão viver cada dia mais. Este gestor tem sob sua responsabilidade
a obrigação de criar estratégias, alianças, modelos, soluções e processos
capazes de garantir a melhor entrega de experiência para os diferentes
stakeholders corporativos, promovendo intenso alinhamento, aproximação de
mercados, ajustes contínuos e, claro, preservação e potencialização dos
atributos da marca.
3) ITD Governance - TI e
Digital sempre foram primos apartados nas organizações. Ora porque um era mais
infra e legados e o outro mais marketing e comunicação, ora porque os
orçamentos e metas eram totalmente separadas (TI muitas vezes tratada como
BackOffice ou suporte e Digital como BottomLine), o fato é que sempre foram
geridas de forma dissociada. Com a evolução das tecnologias digitais,
especialmente as MCC (Mobilidade, Convergência e Colaboração), dos modelos
Cloud e As a Service, os campos de atuação de TI e Digital cada vez se misturam
mais e se confundem em uma só dimensão. Em pouco tempo, não será mais possível
conceber alguma TI que não seja Digital. Com isso, o papel e a estrutura da
Governança de TI tradicional muda, abarcando, de forma integrada, os elementos
de governança da questão Digital na organização, efetivamente complexos, tanto
em questões ligadas as issues óbvios, como dados, permissões, segurança e
privacidade, como também em questões transacionais e de multicanalidade, por
exemplo. Seja como for, agora a Governança tem que ser integrada e o mais
padronizada possível, sem que se perca a capacidade de ser flexível e de reagir
ao mundo intensamente interativo proposto pelos stakeholders da companhia.
Assim, tratar todas essas questões de forma alinhada, independente de seu
sponsor ou dono interno, de seu operador e de seu gestor, é evolução obrigatória
nas Áreas de TI das empresas.
4) Time To MKT Specific Developing Cycle - A competição é voraz e as empresas precisam cada vez mais da
TI para competir minimamente, seja inovando e propondo o jogo, seja reagindo e
se defendendo. Independente dos padrões, governança e modelo de gestão, em
geral, as empresas gozam de coexistência de tecnologias e processos de
infraestrutura e suporte, competindo recursos e atenção com novas demandas
operacionais e de atualização, assim como com projetos e oportunidades altamente
estratégicas e até mesmo inovações. Os processos produtivos integrados,
normatizados e unificados dessas diferentes demandas, com diferentes pesos
estratégicos, riscos e imperativos de gestão e operação não são mais eficazes.
As filas de produção, os modelos de especificação e o time to delivery das
soluções torna-se impeditivo no que tange a permitir à empresa cumprir suas
perspectivas estratégicas e competitivas. Em outras palavras, a TI está
prejudicando a competitividade das empresas com seus modelos produtivos
integrados e em fila ou, pior, em “fura-fila”. Terceirizar muitas vezes é
complicado, ainda mais para questões estratégicas e de forte apelo de
compliance; e os novos formatos remotos, como cloud e mobile, são um desafio à
Governança produtiva. Assim, para ser capaz de entregar suas promessas e
obrigações aos clientes internos, garantindo a competitividade das empresas,
faz-se necessária a quebra dos ciclos produtivos da TI em 2 grupos de rotinas
com lógicas, metas, indicadores e governanças específicas; um orientado ao day
to day e às demandas de baixo valor agregado e baixo impacto competitivo, e
outro ciclo, com esteira produtiva específica, organizado para o go to market
das soluções tratadas como Time To Market, ou seja, que devem ser lançadas no
mercado dentro de um contexto de antecipação à concorrência, ou de obrigatório
atendimento a compliances. Importante: Em paralelo a esta tendência, surgirá um
modelo adicional que definimos como FastTrackConsortium, que se caracterizará
por ser um pool de empresas/fornecedores, pilotados pela empresa
contratante/usuário, responsáveis por entregar determinado “empreendimento”
tecnológico no prazo e especificação definidos. Este consórcio, portanto, não
deve ser permanente, mas orientado à empreitada. A remuneração específica de
seus participantes, cada qual com “parte” da solução, deve estar associada à
performance do todo e de cada parte, conforme o planejado.
5) Competitive Anticipation - Em momentos
de alta competitividade mercadológica e intensa interação com usuários e
clientes, antecipação passa a ser uma capacidade corporativa quase mais
importante do que perfeição, quando se trata de lançamento de inovações e
novidades. Por isso, a forma como a TI faz e proporciona que se façam esses processos
de antecipação competitiva torna-se cada vez mais diferencial competitivo nas
empresas. Duas fortes tendências emergem deste conceito:
a-) 0,9 Go To Market: não é mais possível lançar produtos, serviços e canais
tecnológicos e/ou suportados pela tecnologia somente no momento em que estes
estiverem 100% aderentes ao plano original, à estratégia traçada, às demandas
dos mercados-alvo, às perspectivas apontadas nas pesquisas. Lançar versões
inacabadas e terminá-las com o cliente/usuário como beta tester é o caminho
mais acertado. Seja porque não se perde o time to market para a concorrência,
seja porque o próprio usuário-cliente se torna “pai” e corresponsável pelo
produto, serviço ou canal que ele mesmo irá utilizar, disponibilizar versões
“praticamente” acabadas para que sejam “finalizadas, melhoradas e evoluídas”
pelo seu usuário final será cada vez mais a tônica dos vencedores.
b-) Real Time
Benchmarking: Outra tendência relevante
ligada à antecipação competitiva é o Real Time Benchmarking, que se traduz na
capacidade de se efetivar comparações e benchmarkings confiáveis em real time,
24/7, tendo os usuários e clientes como parâmetros de avaliação dos produtos,
serviços e canais da empresa versus os mesmos elementos em seus concorrentes
diretos e adjacentes.
6) Real Costing, Right Pricing - Ser
capaz de quantificar os custos reais de manutenção dos parques de TI, os custos
produtivos efetivos de todo ciclo de desenvolvimento de soluções, os custos de
terceirização, os custos financeiros associados, assim como os custos de time
to delivery e time to market, ou mesmo os custos de processamento,
armazenamento, oportunidade, inação, dos riscos associados ao negócio e
intrínsecos à própria IT são questões ainda bastante difíceis na maioria das
empresas. Aliás, quanto maior a empresa e maior o uso intensivo da TI, mais
verdadeira se torna essa afirmação. Com a TI se tornando cada vez mais
estratégica e, portanto, ligada ao Bottom Line, não tem mais sentido em tratar
sua gestão somente sob a perspectiva orçamentária, de cumprimentos de gastos e
investimentos anuais. A competitividade das empresas no mercado, com seus
produtos, serviços e soluções passa, efetivamente, por saber quantificar seus
custos produtivos e a TI está no centro dos processos produtivos desses
produtos, serviços e soluções; tanto internamente, como externamente, na
integração das cadeias produtivas das empresas. Não há mais como se precificar
produtos e serviços corretamente, sem se precificar claramente o cost to
production, o cost to delivery e o cost to serve da TI, em suas atividades
principais. Descobrir e quantificar onde e como a TI agrega valor, gera
eficiência, previne riscos e reduz perdas de tempos e recursos será a atividade
cada vez mais fundamental nas companhias.
7) ITelligence - Dados,
informações, narrow e big, cloud, as a service... seja qual for a fonte, o
formato e a profundidade, as empresas precisam ser capazes de utilizar suas
informações, tanto internas e disponíveis em seus sistemas, quanto externas,
capturáveis em seus canais, aplicativos e redes de atuação. A TI, como
área, precisa ser capaz de compreender, capturar, cooperar, beneficiar, embalar
e distribuir, a quem de direito, as informações necessárias para a correta
tomada de decisão e para a evolução dos negócios. Assim, não apenas a
inteligência analítica (suportada por todo ferramental disponível), mas
principalmente a capacidade consultiva analítica são skills cada vez mais
obrigatórios nas áreas de TI. A TI, como bottom line, tem que cooperar com o
negócio em seu bottom line, e não somente na entrega de soluções sem o
compromisso com seus resultados. Sim, TI mais estratégica é melhor, imperativa,
inevitável. Mas TI mais estratégica exige, em contrapartida, investimentos,
modelos, tecnologias, perfis, competências e práticas, hoje ainda bastante distantes
dos padrões estabelecidos.