Logística e Big Data, tudo a ver

por Wagner Tadeu Rodrigues


O setor de logística encontra-se bem posicionado e dentro das condições para poder se beneficiar dos avanços tecnológicos do Big Data. Provedores de logística, hoje, gerenciam um enorme fluxo de mercadorias e, ao mesmo tempo, criam conjuntos de dados enormes. Para milhões de embarques diários, que englobam controles como origem e destino, tamanho, peso, conteúdo e localização, há um rastreio e controle através de redes globais. Mas o rastreamento desses dados explora plenamente o valor que podem agregar aos negócios? Acreditamos que hoje não.
Não podemos negar que há um enorme potencial inexplorado para melhorar a eficiência operacional e “experiências” com relação ao cliente, e ainda criar novos modelos de negócios mais apropriados. Considere, por exemplo, os benefícios da integração dos dados logísticos de vários provedores da cadeia de abastecimento. Isto poderia eliminar a fragmentação do mercado atual, permitindo uma nova e poderosa corrente de colaboração e serviços.
Muitos provedores imaginam que o Big Data poderá mudar tendências para o setor de logística. Em um estudo internacional recente sobre as tendências da cadeia de abastecimento (BLV International, 2013), 60% dos pesquisados afirmaram que eles estão planejando investir em análise de Big Data dentro dos próximos cinco anos.
No entanto, a busca por vantagem competitiva começa com a identificação de fortes casos de uso do Big Data. Neste trabalho, devemos olhar primeiro para as organizações que implantaram, com êxito, análise de Big Data no contexto das suas próprias indústrias. Em seguida, deveremos considerar uma série de casos de uso específicos para o setor de logística.
Capitalizar e maximizar o valor dos ativos de informação deverá ser, a médio prazo, um novo objetivo estratégico para a maioria das empresas e organizações. Para as potências empresariais estabelecidas na Internet que criaram com muito sucesso modelos de negócios orientados para a informação, além de empresas de outros setores que estão tipicamente em estágios iniciais de exploração, o desafio é trabalhar para se beneficiar de sua pilha crescente de dados e colocar esses dados em condições para uma boa utilização. De acordo com a recente pesquisa, apenas 14% das companhias europeias já tratam análise de Big Data como parte de seu planejamento estratégico e ainda quase metade dessas empresas esperam um crescimento anual de dados em sua organização de mais de 25%.

* Wagner Tadeu Rodrigues é presidente da Store Automação, fornecedora de softwares orientados à logística com produtos consolidados e reconhecidos, que primam pela eficácia de toda a cadeia de distribuição