DevOps, desenvolvimento e operações, a nova TI?

*Por Rodrigo Veronezze A cada ano que passa, a área de tecnologia nas empresas são desafiadas e pressionadas pela entrega de produtos com mais agilidade, qualidade, escalabilidade e, não menos importante, mantendo a disponibilidade e resiliência dos sistemas já existentes. Então nos perguntamos, como podemos realizar esta mágica? As áreas de Desenvolvimento e Operações, desde o início de sua existência, possuem objetivos relacionados, porém distintos, sendo o primeiro responsável por implementar os projetos e produtos em produção com dinamismo e qualidade, e o segundo sendo o responsável por manter a operação e disponibilidade dos sistemas existentes, ocasionando, desta forma, um conflito natural entre as áreas. DevOps nada mais é do que um método de trabalho que fomenta a comunicação, integração e colaboração entre as equipes de Desenvolvimento e Operações, utilizando uma metodologia de desenvolvimento ágil (como, por exemplo, o Scrum) integrada com o gerenciamento estabelecido junto às Operações (ex.: ITIL, Cobit). O diferencial da metodologia está em utilizar o conceito de Integração Contínua, no qual o objetivo é integrar o código alterado ou desenvolvido ao projeto principal na mesma frequência com que as funcionalidades são desenvolvidas diversas vezes ao dia. Não menos importante é estabelecermos um processo ágil e flexível de liberação e implantação de pacotes para a produção, garantindo assim, grande frequência, como, por exemplo 10, 20, 100 pacotes a cada minuto realizados por equipes distintas, cujo o limite está associado à forma como o ambiente foi concebido. Para a adoção do DevOps é necessário, antes de mais nada, que a empresa possua ou prepare o seu ambiente (infraestrutura e aplicação) para tal, não só analisando e definindo as plataformas adequadas, mas também, fomentando uma cultura que busque um alto nível de padronização e escalabilidade. É fundamental realizar esta análise tendo em mente que o principal objetivo pós-implementação do modelo é a liberação de mais produtos em produção com alterações menos significativas, ocorrendo com maior frequência e agilidade, ao invés do encapsulamento de diversas alterações em uma única implantação (release) realizada de tempos em tempos. Mas como garantir agilidade e qualidade em um ambiente em que a mudança é constante? A metodologia tem como principais benefícios o alto nível de automação, a padronização e escalabilidade do ambiente, proporcionando, por sua vez, a replicabilidade das atividades e mudanças constantes. Isto não só reduz os riscos e potenciais impactos para o serviço, como aumenta a resiliência e disponibilidade deste. Foi o que buscou, por exemplo, a Netflix quando da adoção da mesma. A Netflix é talvez o caso de sucesso mais notório que se tem notícia quando da utilização desta metodologia. Deparando-se com uma situação de custos de infraestrutura astronômicos (crescentes na ordem de bilhões de dólares mês a mês) que buscavam suportar a utilização e elasticidade do serviço junto à necessidade de garantir a disponibilidade de um ambiente em constante mudança, a companhia encontrou na adoção desta metodologia, associada à utilização da infraestrutura em nuvem, a criação de um “PaaS” (plataforma como serviço) proprietário alinhado a metodologia, a solução para possibilitar a continuidade do negócio que hoje figura entre os principais serviços de streaming de vídeo do mundo. Existimos, como TI, para atender a necessidade de nosso negócio, para que conquistemos market share, trazendo receita, rentabilidade e inovação para nossas empresas. DevOps é, sem dúvida, uma forma de suportarmos e acelerarmos de maneira controlada todo este processo. Entretanto é fundamental estar preparado para uma mudança, não só tecnológica, mas principalmente cultural. Definir uma área ou produto estratégico e passar a desenvolvê-lo utilizando a metodologia é sem dúvida uma das melhores maneiras de se começar e, para isto, contar com um integrador de serviços e soluções que compreenda esta complexidade e possa atender todas as necessidades de negócio de sua empresa será determinante. E ai, está apto para fazer esta mágica acontecer? Rodrigo Veronezze é diretor de operações de Data Center & Cloud Computing da Sonda IT, maior companhia latino-americana de Tecnologia da Informação.