Cloud e Indústria 4.0: como trabalhar em conjunto?

*Por Bruno Faustino O termo Indústria 4.0 originou-se de um projeto estratégico de alta tecnologia do governo alemão, sendo mencionado pela primeira vez na feira Hannover Messe, em 2012. Considerada a 4° revolução industrial, o conceito engloba as principais inovações tecnológicas dos campos de automação, controle de dados e tecnologia da informação, aplicadas a processos de manufatura, além de considerar que as fábricas serão gerenciadas por sistemas cyber-físico no futuro. Este novo movimento da indústria tem seis princípios básicos nas quais precisam e devem estar na agenda de prioridades do CIO. São elas: ▪ Capacidade de operação em tempo real - Consiste na aquisição e tratamento de dados de forma instantânea, permitindo a tomada de decisões em tempo real. ▪ Virtualização - Propõe a existência de uma cópia virtual das fabricas inteligentes. Permitindo a rastreabilidade e monitoramento remoto de todos os processos por meio dos inúmeros sensores espalhados ao longo da planta. ▪ Descentralização - A tomada de decisões poderá ser feita pelo sistema cyber-físico de acordo com as necessidades da produção em tempo real. Além disso, as máquinas não apenas receberão comandos, mas poderão fornecer informações sobre seu ciclo de trabalho. ▪ Orientação a serviços - Utilização de arquiteturas de software orientadas a serviços aliado ao conceito de Internet of Services. ▪ Modularidade - Produção de acordo com a demanda, acoplamento e desacoplamento de módulos na produção. O que oferece flexibilidade para alterar as tarefas das máquinas facilmente. ▪ Interoperabilidade - Capacidade dos sistemas cyber-físicos (suportes de peças, postos de reunião e produtos), humanos e fábricas inteligentes comunicar-se uns com os outros através da Internet das Coisas e da Internet. A despeito do que é falado no mercado, que Internet das Coisas, Big Data e Segurança são os três pilares necessários que suportam esta nova corrente, na verdade, as tecnologias de Cloud Computing estão por trás destas sustentações e é uma parte fundamental para as indústrias a caminho do conceito 4.0. Se olharmos as principais vantagens para o negócio na adoção do modelo na nuvem, que são agilidade, flexibilidade e colaboração - vemos como a modalidade se torna um complemento aos princípios da Indústria 4.0. É muito importante que o CIO , CTO e todo os C-level possíveis estejam alinhados com a estratégia e, sobretudo, saber qual tecnologia é mais favorável ao seu modelo de negócio. Trazendo a tendência para o mercado de Cloud Públicas, temos atualmente dois dos principais líderes de mercado, leia-se AWS e Microsoft Azure, focados em diversas ofertas nos modelos IaaS, PaaS e SaaS com o intuito de atender os princípios da Indústria 4.0. Por exemplo, para implementar a capacidade de operação em tempo real pode-se usar na Azure o Machine Learning, um serviço no qual permite facilmente construir, implementar e compartilhar soluções de análise preditiva. Há também a opção do Stream Analytics que pode desenvolver e implementar rapidamente soluções de baixo custo com o intuito de obter insights em tempo real a partir de dispositivos, sensores, infra-estrutura e aplicações. O principio de Descentralização pode-se usar o Data Factory, módulo focado na movimentação e integração de dados de múltiplas fontes. Analisando as ofertas da AWS podemos atender Orientação a serviços com toda sua gama de serviços EC2(Compute), S3(Storage) e RDS(Database) em conjunto com seu modelo de pagamento On-Demand ou Upfront. Para Interoperabilidade, o AWS IoT, plataforma que permite conectar os dispositivos com facilidade e segurança em caminhões, lâmpadas e esteiras, além de poder interagir com aplicativos em nuvens. Em resumo, como temos uma variedade de ofertas e modelos, é muito importante que as áreas de negócio da indústria, tais como produção, logística, marketing, vendas e outras, consigam demonstrar claramente seus desafios com a indústria 4.0. Dessa forma, a área de TI consegue definir em conjunto os melhores fornecedores e serviços a fim de atender esta neo revolução industrial, fazendo o seu real papel, o de agente transformador da mudança. Bruno Faustino é diretor de tecnologia e novos negócios da Sonda IT, maior integradora latino-americana de Tecnologia da Informação.