Na quarta edição do estudo Mais Valor Produzido,
consultoria constata reputação abalada de estatais, como a Petrobras, no ano da
eclosão das investigações de
corrupção e lavagem de dinheiro
Se
por um lado os bancos e as indústrias vão bem na recessão ética e econômica no
que tange à dialogar com excelência com os stakeholders, em contrapartida chama
a atenção a ausência histórica de estatais na atual edição da pesquisa Mais
Valor Produzido - MVP, da consultoria nacional DOM Strategy Partners. O índice
aponta o desaparecimento de alguma das maiores delas na lista das 50 melhores
colocadas, como Petrobras, Eletrobras ou BR Distribuidora. Apenas duas
conseguem o feito: Caixa Econômica e Banco do Brasil. Não obstante, dois
bancos.
Em
quatro edições, pode-se observar claramente o declínio das estatais quando o
assunto é a capacidade de gerar e compartilhar valor a partir da interação com
os seus stakeholders. Para ter uma ideia, as empresas citadas acima tinham
presença de destaque nos rankings passados antes de terem seus nomes envolvidos
em escândalos de corrupção financeira. A Petrobras, por exemplo, chegou a ficar
no TOP 3 por dois anos seguidos.
De
acordo com o levantamento, as estatais sofreram impacto negativo pelo histórico
recente de envolvimento em escândalos de corrupção financeira, que acabou
comprometendo muito sua perfomance, sendo vítimas de destruição de valor por
conta da má gestão. Um caminho que foi trilhado de forma diferente pelos bancos
públicos por conta da capacidade de gerar valor de forma sistemática ano após
ano, tornando um destaque na pesquisa
Para
Daniel Domeneghetti, CEO da DOM Strategy Partners, o desaparecimento de
estatais é também sintoma de outro fenômeno que o MVP 2016 detectou: os efeitos
devastadores da recessão da crise política sobre empresas. “O sumiço de várias
companhias que estão se deteriorando é catártico”, diz Daniel Domenghetti,
citando a Oi e JBS. Ademais, o executivo ressalta que as dificuldades
econômicas transparecem também em notas baixas.
“É
comum que, em algum momento de crise, as empresas deixem a reputação um pouco
de lado para se atentarem mais com os resultados, que por sua vez, ficam mais
fracos. Com isso, não é surpresa que muitas notas caíram. É um movimento
cíclico.”, explana Domeneghetti.
A
pesquisa Mais Valor Produzido identifica como, quando e para que as empresas
entregam valor tangível e intangível aos seus diversos públicos, formados por
clientes, acionistas, funcionários, sociedade e País. No levantamento, são
considerados 62 direcionadores como eficácia da estratégia corporativa,
crescimento, valor de marca, relacionamento com clientes, governança
corporativa, sustentabilidade, gestão de talentos, inovação e uso de
tecnologias digitais, dentre outros ativos.