*Por Leonardo Barros
Muitos anos já se
passaram desde que o conceito de computação em nuvem começou a marcar presença
no mercado brasileiro. O tema, apesar da avalanche de informações supracitadas
e de tantos casos práticos de uso já divulgados, ainda assusta as empresas
nacionais. De antemão, eu digo: não há o que temer.
A computação em nuvem provocará nos
próximos anos, nem tão remotos, efeitos na sociedade em geral e nos negócios,
principalmente. Hoje convivemos naturalmente com o comércio eletrônico e toda a
facilidade do internet banking, que, diga-se de passagem, já ficou para trás,
dando vazão ao Mobile Banking, que caminha a passos largos quando constatamos o
número de 260 milhões de smartphones no Brasil, enquanto somos 200 milhões de
pessoas.
Lembro da resistência do consumidor no
início dos anos 2000, época que eclodiu a era da bolha.com, que ao usar a
modalidade de comércio eletrônico nos sentíamos inseguros de ter que enviar
dados dos cartões de crédito via Internet. Até mesmo acessar a conta corrente
do banco pela web era como viver perigosamente. Mas as coisas mudaram.
E mudam. O cloud computing revoluciona o
mundo corporativo e pode revolucionar o segmento atacado distribuidor.
Munidos de grandes armazéns que alocam até dez
mil mercadorias, volumosas frotas e infinitas emissões diárias de nota fiscais,
os movimentos mercantis e administrativos do setor atacado distribuidor é
dinâmico e desempenha funções que estão em conformidade com a premissa do
conceito cloud computing, que é agilidade acoplada à redução de custos.
Funções como venda,
promoção, compra, formação de sortimentos, quebra de lote, armazenamento,
logística, financiamento, riscos, informações de mercado e prestação de
serviços de administração e consultoria são algumas das atividades que podem
ser armazenadas na nuvem. Com isso, há mais colaboração da equipe usando chats,
compartilhando documentos, updates de status ou outros mecanismos, aumentando,
dessa forma, a fluidez na comunicação e na tomada de decisão.
Temerosos e incipientes em sua maioria, o atacadista distribuidor ainda não se
deu conta dos ganhos em eficiência nos negócios trazidos com o uso da nuvem.
Em conversas recentes
com empresários e até gestores de TI do nicho atacadista distribuidor, percebo
que a preocupação mora na condição de ter informações confidencias -
consideradas o pulmão da empresa - fora de seus domínios, de certa forma. Entretanto,
é possível afirmar que a segurança de dados aumenta ao usar soluções na nuvem.
Isso acontece porque provedores de cloud computing seguem padrões
internacionais de segurança, como ISO, SSL, criptografia avançada, dentre
outras metodologias.
Ademais, ao perder um
notebook ou mesmo um celular, informações confidenciais não vão embora junto
com o aparelho. Elas ficam armazenadas na nuvem e se mantêm protegidas e
disponíveis nela. Tal qual o email que pode ser acessado por qualquer
dispositivo, independente da localidade.
Outro fator importante
para a segurança, que a computação em nuvem torna mais simples, é o backup.
Sistemas tradicionais demandam tempo para que o backup de dados seja realizado.
Há situações em que é preciso condicionar uma equipe inteira para sanar o
backup. Em sistemas rodados na nuvem, o espelhamento de servidores e as normas
de gestão de dados fazem a cópia de segurança em tempo real e permitem que,
caso algum problema aconteça, cópias criptografadas das informações sejam recuperadas
automaticamente, excluindo a necessidade de recorrer a arcaicos discos físicos
ou servidores não conectados.
Sob o aspecto da
redução de custo operacional, desenvolver e manter o sistema via web, por meio
de terceiros, pesa menos no bolso do empresário por não necessitarem de gastos
elevados com servidores e licenças de softwares de bancos de dados. Hoje já é
possível pagar apenas pelo que foi utilizado pela empresa, de forma flexível e
personalizada, diminuindo gastos. Também há como dobrar ou triplicar a
estrutura disponível em armazenamento e processamento de dados com um
investimento pequeno e usar de acordo com a demanda, de maneira elástica.
A possibilidade de
ajustar o que é pago ao que é demandado, além de reduzir custos, facilita no
momento de adequar o sistema às necessidades da empresa. Em eventos sazonais,
como o Natal, por exemplo, quando há um maior número de compras e vendas no
atacado distribuidor, é possível mudar determinado sistema com um clique,
agilizando o servidor com foco na eficiência dos negócios.
Ser competitivo no
mercado atual é também dispor das melhores e mais modernas possibilidades para
gerir o seu negócio. A computação na nuvem é uma grande oportunidade disponível
para o atacadista distribuidor alcançar o sucesso, com segurança. Acredito que
em cinco anos não delimitaremos o cloud computing puramente como um recurso
tecnológico, mas sim como um modelo mental básico de pensarmos e usarmos a TI a
favor do core business.
É um caminho sem volta
que basta você, atacadista distribuidor, decidir se o trilhará, ou não, com
maestria.
*Leonardo Barros é diretor executivo da Reposit,
provedora de soluções completas em gerenciamento de dados, especializada no
atacado distribuidor e varejo.