Fernando Fleider,
sócio-diretor da consultoria, apresentou no evento números de uma pesquisa que
mostra como a operação da Polícia Federal e a Lei Anticorrupção vem
transformando o modo das empresas enxergarem as questões éticas
A ética nas relações corporativas foi o fio condutor da
palestra ministrada ontem por Fernando Fleider, sócio diretor da Protiviti,
durante a 38ª edição do Congresso Brasileiro de Auditoria Interna (Conbrai),
evento que termina hoje, dia 29, no Rio de Janeiro.
No painel, Fleider abordou como a operação Lava Jato e a
implementação da Lei Anticorrupção veem tornando as corporações mais
consistentes em adotar medidas éticas no seu dia a dia. Como ilustração, o
executivo apresentou os números da atual edição da pesquisa bianual “Perfil
Ético dos Profissionais Brasileiros”, realizada pela Protiviti com 6.277
profissionais de distintos níveis hierárquicos em 146 diferentes companhias
Considerado o maior estudo
disponível no mercado sobre ética corporativa, o levantamento, desenvolvido
entre 2015 e 2017, indica como os funcionários se posicionam quando estão
expostos a dilemas éticos existentes no seu ambiente de trabalho e comprova
novos tempos. Segundo a pesquisa, 47% dos trabalhadores denunciam atos
irregulares no ambiente organizacional, enquanto 53% apresentam resistências
por medo das possíveis consequências.
Na pesquisa anterior,
ocorrida em 2015, os números apresentados eram de 40% e 60%, respectivamente. O
crescimento de 17,5% de pessoas que denunciam atos ilícitos comprova a
conscientização das pessoas sobre os efeitos drásticos de omitir a ocorrência
de ilicitudes no ambiente de trabalho.
De acordo com
Fernando Fleider, a ideia da apresentação foi mostrar uma nova era que vem se
performando no cenário corporativo nacional. “Por mais que o medo de exposição
e retaliação por denunciar ainda estejam presentes, a divulgação constante da
Lava Jato promove atualmente a redução de atitudes ilicitas por parte dos
colaboradoes. Em contrapartida, as empresas também estão cada vez menos
tolerantes a atos antiéticos”, explica Fleider, que atua há mais de 20 anos em projetos de gestão e prevenção de riscos, compliance e
investigações e prevenção de perdas.