*Por Fabrício Santos
Entregar mais e melhor é o atual desafio
que permeia a área de gestão de transportes
e logística dos armazéns. Seus gestores se vêem, praticamente, obrigados a
coordenar simultaneamente e de forma eficaz uma
grande quantidade de problemas que atrapalham o bom andamento dos
negócios. Um destes percalços é a atual situação das estradas brasileiras.
E não é para menos. De acordo
com a Confederação Nacional do Transportes (CNT), 61,8% das estradas do País
estão em condições regular, ruim ou péssima. Por causa desta precariedade, o
frete pago pelo brasileiro é caro, impactando na alta dos preços de todos os
artigos transportados pelas rodovias, a começar pelo mais básico que é a
alimentação.
Recentemente, o Jornal
Nacional mostrou em uma reportagem a desistência de caminhoneiros para
transportar uma safra
gigantesca de grãos em Cristalina, um dos pólos agrícolas de Goiás. A
adversidade relatada pelos motoristas era em levar a soja até os armazéns e
portos por meio de tráfegos totalmente deteriorados com problemas no asfalto,
obrigando estes profissionais a fazerem contorcionismos circenses para não
tombar na rodovia GO-467, uma das principais para escoamento de grãos do
Brasil.
Junto às péssimas condições da
infraestrutura rodoviária brasileira, outro desafio a ser driblado pelo gestor
de transporte é o aumento alarmante de casos de roubo de cargas nas estradas
federais. Fenômeno crescente nas rodovias, principalmente nas que estão
localizadas em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, o roubo de cargas
causou um prejuízo de mais de R$ 6,1 bilhões em todo o Brasil, de 2011 a 2016,
fechando o período com quase cem mil casos, segundo dados Federação das
Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN). Para se ter uma ideia, um
roubo de caminhão acontece a cada 23 minutos em todo o território nacional.
Todos estes exemplos
evidenciam que a responsabilidade prática do atual gestor de
transportes e logística está na capacidade de saber gerir os diversos problemas
macros e micros em que se apresentam no setor atacadista distribuidor. Para
criar processos flexíveis, capazes de acompanhar as constantes mudanças
impostas (ou não) do mercado, o uso de tecnologias focadas em agilidade e
governança é a saída para uma otimização logística de sucesso.
As ferramentas tecnológicas deixam a gestão de entregas
eficiente. Você sabe, exatamente, quando a mercadoria saiu, em que ponto da
entrega ela está e quando ela foi entregue. Isso melhora o planejamento das
demandas e distribui o trabalho entre o time, além de passar confiança ao
cliente ao perceber que seu pedido não está solto, sem nenhum tipo de controle
e auditoria.
Para potencializar a segurança da frota e do caminheiro,
um controle por meio de geolocalização é bem-vindo. Sem a necessidade de
instalar rastreadores físicos para acompanhar o desempenho dos veículos e
motoristas, o sistema realiza monitoramentos via GPS do smartphones mesmo
para rastrear toda a rota. Ademais, a tecnologia ajuda a economizar
combustível, entre outras informações que apoiam o gestor a visualizar
processos baseados em melhorias com foco no aumento da produtividade e da segurança da carga.
Outra maneira de melhorar essa segurança acontece no
planejamento da carga, o que chamamos de roteirização, nela é possível marcar
quais as zonas de riscos para sua rota. Dessa maneira, quando a rota for
planejada, o gestor é alertado para saber se o veículo irá trafegar em zona de
risco. Esse tipo de informação pode ser utilizado, por exemplo, na contratação
de meios de proteção para a entrega, tais como seguro, escolta ou até mesmo a
não entrega nessas zonas de risco.
A tecnologia também proporciona um acompanhamento mais
próximo das atividades do motorista. Quantas vezes o gestor de logística não
foi surpreendido no retorno do veículo com as famosas devoluções? Ou a
justificativa “Não deu tempo de fazer todas as entregas”?
Isso causa um grande transtorno na operação, pois a rota
do próximo dia do veículo já pode estar planejada e o pedido que voltou tem que
ser embargado junto com as mercadorias planejadas sem quebrar a roteirização
prevista. Hoje normalmente o gestor só sabe dessas situações quando o veículo
retorna para a base. Utilizando a tecnologia de acompanhamento eletrônico das
entregas essas situações já são sinalizadas pelo motorista ainda durante a
trajeto. Isso possibilita que todas as tratativas possam ser realizadas de
forma mais rápida, evitando surpresas no retorno do veículo.
Como vimos aqui, diante da globalização, o mundo se torna
mais competitivo e mais perigoso também. É neste contexto que o seu negócio é
desafiado diariamente a aderir a este movimento sem volta de inovação, cada vez
mais sustentados em tecnologias emergentes que em resultam excelência, em
qualidade e em segurança da movimentação até a entrega da mercadoria.
*Fabrício
Santos é
gestor de oferta logística na Máxima Sistemas, companhia
de soluções móveis para força de vendas, trade e logística para o setor atacado
distribuidor.