por Everton Loffi*
A
palavra cognição é uma velha conhecida. Não obstante, o termo computação
cognitiva é algo que podemos considerar recente. Em meio às discussões a
respeito de Inteligência Artificial, ouvimos frequentemente a palavra ‘cognição
ou então a expressão aprendizado de máquina, mas o que, de fato, é a computação
cognitiva? De que forma as máquinas aprendem? Para entendermos melhor vamos
começar pelas definições.
Nos
escritos de Platão e Aristóteles encontramos o termo cognitione, que é a
origem de nossa palavra cognição e representa o processo de aquisição do
conhecimento que ocorre através da percepção, associação, raciocínio, etc.
Sabendo,
então, o significado do termo cognição, fica fácil entender o que a expressão
computação cognitiva sugere. Sim, a capacidade de computadores e, ou, sistemas
computacionais pensarem de forma similar à maneira dos seres humanos. Portanto,
temos agora dentro deste contexto o poder de tomada de decisões e aprendizado
baseado em experiências anteriores.
Agora
que esclarecemos estas definições, onde de fato encontramos a computação
cognitiva na prática? Antes mesmo de você cogitar que este tipo de tecnologia
esteja distante do nosso cotidiano, ou seja, coisa de outro mundo, tenho uma
notícia: ela está presente em nosso dia a dia! E, para exemplificar,
abaixo temos uma lista de alguns lugares onde se aplica a computação cognitiva:
1
- Bolsa de valores: diversos home brokers utilizam a computação cognitiva para
efetuar transações mais assertivas, auxiliando o negociante a cometer o menor
índice de erro possível a fim de garantir seus lucros. Isso é feito graças à
análise computacional de históricos do mercado.
2
- Medicina: existem hospitais que fazem uso de sistemas de computação
cognitiva. Eles são abastecidos constantemente por informações de históricos de
tratamentos, pesquisas científicas, entre outros. Tudo para que sirvam como
auxílio aos médicos tanto no momento de identificação de doenças quanto na
indicação de protocolos de tratamentos. A empresa IBM possui, inclusive, uma
tecnologia chamada Watson for Oncology que utiliza uma vasta base de
conhecimento para auxiliar no tratamento de câncer.
3
- Jogos eletrônicos: diversos jogos eletrônicos fazem uso de algoritmos
cognitivos para tornar a experiência de usuário ainda mais real. Estes
algoritmos são capazes de aprender o modo de jogo do usuário e suas estratégias
mais comuns com a finalidade de alterar seu modo de ataque e, ou, defesa para
que a interação seja mais desafiadora e menos monótona durante as partidas.
4
- Chatbots: quando você conversa via chat com uma ferramenta de respostas
automáticas e ela entende o que você está demandando, mesmo que informe a mesma
intenção de formas diferentes ou até mesmo com erros gramaticais, você está
fazendo uso de computação cognitiva.
Estes
são apenas alguns exemplos da computação cognitiva em nossas vidas, sempre com
o objetivo de tornar nossas tarefas mais rápidas e precisas através do uso da
inteligência computacional ao nosso favor. E, falando em inteligência, conforme
já foi citado anteriormente, muito se fala da computação cognitiva em
discussões sobre inteligência artificial, mas seria esta inteligência – a
artificial – a mesma inteligência cognitiva?
A
resposta é clara e objetiva: não. Apesar de próximas, cada uma possui sua
diferença. A inteligência artificial, por definição, é a capacidade de as
máquinas pensarem como seres humanos.
Mas
essa não é a mesma definição de inteligência cognitiva? Quase! A diferença é
que a inteligência artificial por si só trabalha baseada numa base de dados
bons, em grande quantidade e, com isso, cruza informações a fim de encontrar
uma resposta ou uma visão de algo específico. A inteligência cognitiva usa seus
acertos e não acertos em cima desta base de informações para aprender e
melhorar, diferente da inteligência artificial isolada.
Podemos
dizer que a inteligência cognitiva utiliza recursos de inteligência artificial
- com uma cereja no bolo. Existem muitos exemplos e possibilidades de uso da
computação cognitiva para facilitar nosso mundo. Os profissionais de tecnologia
são agentes e têm como missão de conhecer e propor o bom uso destas ferramentas
para tornar o mundo mais prático e preciso, visando sempre solucionar os
problemas existentes de forma eficiente e eficaz.
*Everton Loffi é Scrum Master da AMcom, companhia
de Tecnologia da Informação especializada em desenvolvimento customizado,
sustentação de sistemas, consultoria e alocação de profissionais.