Por Victor Carreiro*
Uma pesquisa
da Harvard Business Review Analytics Services mostra que 68% das companhias
líderes digitais tiveram melhorias na rentabilidade dos seus negócios e mais de
80% relataram que o maior risco associado à digitalização é não abraçar esta
mudança. Tais números reafirmam a necessidade vital das empresas em olharem
para a inovação e a transformação digital de forma estratégica. E o
Coronavírus veio para mostrar essa necessidade.
Tivemos uma
prova com a exigência do isolamento que inovação e transformação digital ainda
são dois conceitos bem distantes na realidade diária das empresas, em especial
nas organizações brasileiras. E o impacto da crise, nessas, certamente será
maior. Para se ter uma ideia, um levantamento realizado pela operação americana
da consultoria Protiviti com mais de 1.500 pessoas, sendo 30% composto por
C-Levels dos mais diferentes segmentos, mostra que menos de 1% das companhias
analisadas foram classificadas como líderes digitais em seus segmentos.
Em relação às
outras 99%, conclui-se que são empresas que não olham para as possibilidades
existentes da economia disruptiva e têm, mesmo que de forma involuntária, uma
certa dificuldade de romper com modelos mais tradicionais. Se não reagirem,
essas organizações ficarão fadadas ao ostracismo, sem forte associação da marca
com inovação e sem entregar uma experiência diferenciada ao cliente, que mudou
seus hábitos com a quarentena. Mais do que nunca, é preciso ter planos de
negócios digitais aprofundados a curto ou médio prazo.
Com base neste
cenário, é possível projetar a atual situação de inovação e transformação
digital das corporações brasileiras, considerando que, segundo divulgações da
IDC Corporate, em 2019, foram investidos U$ 1,2 trilhão em inovação e 50% desse
investimento foi realizado pelos Estados Unidos ou China. Claramente este
investimento resulta desde a classificação do País no Índice Global de
Inovação, no qual o Brasil está em 66°, e até mesmo o nível digital das
empresas.
Dentre as
possíveis explicações em torno destes dados é que a transformação digital ainda
causa medo dentro da economia mundial tradicionalista, principalmente as
brasileiras. Há movimentos, mas são tímidos, resumidos apenas em entrega de
serviços e de produtos. Só! E o Coronavírus vai forçar o movimento de adoção da
Transformação Digital que há tempos estava apenas nos planos das empresas. Há
muito mais a explorar, visando principalmente agilidade e vantagem competitiva.
No Brasil, apenas 4% das empresas possuem comportamento digital, de acordo com
dados da Exec e Panorama Researc, e o impacto, nessas organizações, será maior
agora.
Apesar dos
dados serem assustadores, principalmente sob a perspectiva brasileira, esse é
um momento oportuno para as empresas se tornaram digitais ou para aquelas que
já se encontram em estágio mais avançado virarem líderes digitais. Obviamente,
existem obstáculos para a transformação digital, tais como: mudança cultural,
desenvolvimento de novos modelos de negócios, melhoria na experiência do
cliente, entre outras, porém o primeiro passo é realizar um diagnóstico de
transformação digital para atuar de forma mais assertiva, obtendo os melhores
resultados. É hora da teoria virar prática!
*Victor
Carreiro é
líder de Transformação Digital na ICTS Protiviti, empresa especializada em
soluções para gestão de riscos, compliance, auditoria interna, investigação,
proteção e privacidade de dados, única empresa de consultoria reconhecida como
Empresa Pró-Ética por quatro vezes seguidas.