Estudo sobre consumo pós-pandemia aponta que mesmo com a hiper-digitalização acelerada, a natureza humana ainda será o pilar central das relações de consumo, segundo E-Consulting
Isolamento
social ocasionado pela chegada da Covid-19 no Brasil mostra que os processos
digitais foram acelerados, mas a relação humana está acima de qualquer
tendência
Um estudo coordenado pela E-Consulting,
consultoria que mede as previsões financeiras do varejo eletrônico há 16 anos,
sobre o varejo pós-Covid mostra três grandes tendências do setor, que apontam
para a necessidade de uma relação humana cada vez mais forte nos processos
transacionais/comerciais, mesmo com a tendência de hiper-digitalização, que foi
amplamente experimentada após o isolamento social.
Após consultar 2.114 varejistas, 17
centros comerciais, 9 outlets e 3.712 consumidores no período entre março e
julho deste ano, o levantamento, denominado Brave New Retail 2020 (ou, em
português, Admirável Varejo Novo), mostra que 72% dos pesquisados consideram
que apesar de tudo vir a ser super digital, a centralidade na natureza humana e
na questão relacional do consumo continuará como principal valor do varejo, ou
seja, a atividade continuará a ser human driven.
Essa condição de dualidade, que enxerga
a necessidade de aceleração digital e, ao mesmo tempo, do fortalecimento da
presença e do contato humano, tanto entre empresas e consumidores, como de
consumidores entre si, é uma tendência quase que singular para o setor. Prova
desta afirmação é que 62% dos entrevistados consideram importante a
fiscalização dos players puramente digitais, assim como a adoção do chamado
conceito figital, que significa dar braços físicos e presença física para as
empresas digitais. A maioria dos entrevistados acredita que este movimento é
tão relevante quanto digitalizar as empresas físicas.
Outra tendência apontada no estudo e que
foi considerada por 51% da amostra é a necessidade de fortalecimento da
exploração do varejo a partir do local para o modelo global, ou seja, o chamado
modelo “lobal”. Assim, mais importante que ser global agindo localmente é ser
local atuando globalmente, o que valoriza as questões e ecossistemas locais,
mas incorpora o alcance global permitido tanto pelas tecnologias digitais, como
pelas parcerias internacionais.
“O resultado do estudo mostra que
independente da evolução digital nas relações de consumo, somos humanos e
precisamos manter a experiência física e as condições relacionais. E nesta
dualidade entre a aceleração digital e o fortalecimento humano, o desafio é
submeter a tecnologia às pessoas e não o contrário”, explica Daniel
Domeneghetti, CEO da E-Consulting e coordenador do estudo.