Por Marcus Granadeiro
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Embora pareça uma conclusão óbvia, isto não foi sempre assim. Podemos até dizer
que se trata de um cenário relativamente novo. Há poucos anos, este processo de
manipulação da informação, modernamente chamado de
Tecnologia da Informação, ou pela sua sigla TI, era algo de pouca importância
nas empresas de engenharia consultiva.
Sob
o ponto de vista da produção, a informação estava em papel ou digitalizada sem
recursos inteligentes do GIS (Geographic Information System) e do BIM (Building
Information Modeling). A maneira
mais rápida e eficaz de projetar e gerenciar era através do engenheiro munido
apenas de calculadora, papel e planilhas. Talvez a automatização da produção de
desenhos até proporcionasse um pequeno ganho de produtividade, porém, este
pequeno benefício não justificava o custo e o trabalho de gerenciar todo este
processo.
Pensando
no negócio, qualquer investimento em TI não fazia sentido. No gerenciamento, o
mercado mantinha a tendência de remunerar os contratos por homem/hora. Assim,
investir em TI para ganhar produtividade significaria perder dinheiro. No
projeto, ainda se orçava por prancha de desenho, estimando o custo de
homem/hora por prancha. Este modelo é perfeitamente aderente ao modelo de
produção, o que também não depende de TI.
Este
cenário mudou ou está mudando. As razões para isto são várias e podem ser tema
de uma coletânea de artigos. Mas, há quatro principais forças motoras desta
tendência que podemos destacar. A começar pela entrada de profissionais e
empresas europeias em nosso mercado por causa da crise, o que acarretou na
chegada de visões diferentes em relação ao uso de TI.
Outro ponto é a formação de uma nova geração de profissionais com afinidade e
interesse por tecnologia, que não aceita o status quo de maneira passiva, tais
como a geração Y, X. Discorrendo sobre as forças motoras, não podemos esquecer
o contraste de desempenho entre obras e projetos geridos pela forma tradicional
e novos em função de entrada de dinheiro privado no mercado de infraestrutura.
E,
por fim, o quarto item é a redução do custo de TI com a introdução do conceito
de nuvem, uso sob demanda e assinaturas de pacotes tecnológicos, que vêm
ganhando espaço no mercado.
A partir dos fatores citados, ficam perguntas que passam a constar na agenda
das organizações do setor de construção. Como lidar com esta crescente
importância da TI? Como passar a pensar em TI de maneira estratégica? Como
estruturar organizacionalmente para ganhar produtividade, ter novos produtos no
portfólio e conseguir se manter competitivo em um novo cenário que se abre? A
maneira com que estou organizado hoje é adequada?
Essas questões devem ser os grandes dilemas e desafios dos gestores das
empresas de engenharia consultiva para o ano de 2013. As suas empresas
precisarão estar prontas para o novo mercado que existirá, pois o cenário que
vivemos num passado recente não voltará mais e o caminho, sem dúvida, é
inovar. Pensar a TI de maneira estratégica é o status quo de todo esse
movimento. E deixar este cenário em segundo plano é condenar-se ao oceano
vermelho.
Marcus Granadeiro é presidente da Construtivo.com,
empresa de fornecimento de solução para gestão e processos de ponta a ponta
para o mercado de engenharia, com oferta 100% na nuvem e na modalidade de
serviço (SaaS).