Por José Freire
Quem trabalha
com software fiscal sofre com as constantes alterações na legislação tributária
brasileira. Tais mudanças afetam diretamente os entregáveis das empresas para o
Fisco, e, consequentemente, as aplicações que geram esses entregáveis. Este
fator deixa as áreas de tecnologias e os usuários fiscais das corporações
bastante preocupados, pois, muitas vezes, as fábricas de softwares não conseguem
entregar as funcionalidades modificadas nos aplicativos a tempo da data
estipulada pelo Fisco.
Normalmente, as fábricas de softwares têm um ciclo de entrega longo, ou pior, a
cada entrega o produto tem de ser atualizado por inteiro. O processo é moroso e
muito custoso para as empresas, além do risco de autuação ou, até mesmo, de
penalidades para as corporações.
A entrega
contínua, no entanto, ameniza os impactos das constantes alterações da
legislação. Tal modalidade é a possibilidade do aplicativo se adaptar aos
fatores de mudança externa sem vinculá-los uns aos outros, como as alterações
legais, as mudanças de estratégia de negócio ou os retornos dos usuários. Ou
seja, a alteração no sistema e a entrega da atualização do aplicativo podem ser
feitas individualmente e no momento correto da demanda, causando o menor
impacto possível nas demais funcionalidades do produto. Dessa maneira, as
fábricas de softwares e as corporações podem fazer um planejamento para a
entrega da alteração no ambiente corporativo, diminuindo o risco de penalidades
do Fisco.
O processo de
entrega contínua consiste basicamente em três fases: a definição, a operação e
a mensuração. A primeira etapa é quando levantam-se os requisitos da aplicação
para definir o escopo das modificações. É neste momento em que se olham as
alterações legais publicadas e o backlog do produto baseado no feedback dos
usuários e nas mudanças da estratégia do negócio, entre outros fatores
importantes.
Para a segunda
fase, o foco é a implantação do escopo já planejado, momento da entrega de
valor ao negócio do cliente. Na última etapa, realiza-se a avaliação da
aplicação com os retornos dos usuários para, dessa forma, colher os indicadores
do sistema.
Todas as
informações levantadas na terceira fase são de extrema relevância para o
próximo período fiscal, em que se começa a revisar o backlog e o retorno dos
usuários para definir o escopo do novo movimento de mudanças.
Todo este
ciclo de desenvolvimento deve ser pensado e adaptado para atender aos usuários
de softwares fiscais, visto que os aplicativos sofrem constantes mudanças na
legislação, forçando a entrega de alterações no sistema e, até mesmo, a criação
de novas funcionalidades.
José Freire é gestor de Tecnologia da
Divisão de Aplicativos da Sonda IT, integradora que provê soluções de
tecnologia de ponta a ponta.