Novo Marketing ou Marketing de Contexto: o modelo mais eficaz para a organização maximizar resultados e gerar valor à marca ao longo do tempo
Estudo realizado com 200
CEOs e 500 executivos de marketing e comunicação corporativa entre as 1000
maiores empresas revela que ações imediatistas são insuficientes para construir
e manter a competitividade da empresa e a relevância da marca no atual cenário
de mercado
Compare a visão de um CEO e de um profissional de marketing quando o assunto é
o cliente e sua atração, satisfação, encantamento e fidelização, que são
objetivos essenciais do marketing e de sua gestão eficaz. Em momentos de alta
competitividade, excessos de ofertas, consumidores mais mobilizados e pressão
por melhores resultados, a prioridade se divide em dois dilemas: a
possibilidade de retornos associados à escolha entre atrair novos
clientes-consumidores ou trabalhar para qualificar e rentabilizar a relação já
estabelecida com os
clientes-consumidores.
Frente a
esses dois cenários, o caminho mais comum é ampliar o leque de ações de
prospecção de novos clientes através de investimentos pontuais, menos
estratégicos e de curto prazo. A proposta é valida, mas insuficiente para ser
avaliada ao longo prazo, já que a estratégia não embuti questões ligadas à
valor agregado, às ações praticadas e à perenidade comercial da empresa e de
sua marca.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Dom Strategy Partners, consultoria 100% nacional focada em estratégia corporativa, que
envolveu 200 CEOs e 500 executivos de marketing e comunicação, a somatória dos
orçamentos online e offline para práticas de marketing, comunicação, branding,
atendimento e relacionamento com o cliente, serviços, promoções e eventos,
dentre outros, consomem, em média, de 9% a 16% do orçamento geral de 48% das
empresas entrevistadas de diversos setores econômicos, tais como consumo,
varejo, serviços, financeiro, Telecom e seguros.
A análise da pesquisa realizada revela que - apesar do alto
investimento, foco em muita ação, calor e correria - o valor relativo às
atividades geradas é pouco perene e relevante no tempo, não sendo mensurado e
tão pouco conectado à estratégia competitiva da empresa. Essas práticas
corriqueiras, atribuídas ao chamado marketing de resultados, de caráter mais
transacional, tomam muitas vezes o lugar e o orçamento daquele que deveria ser
um marketing mais eficiente, o chamado Marketing de Reputação.
“O Marketing de Reputação tem como finalidade maximizar o valor da
empresa e da marca. Ele é orientado à construção e perpetuação positiva de sua
imagem e credibilidade no tempo. Ou seja, está mais conectado ao longo prazo e
envolve práticas como comunicação corporativa, atividades de branding e
experiência multicanal, relacionamento com stakeholders, patrocínios cultural e
esportivo, marketing de causas sociais, protagonismo em comunidades e redes
sociais, inovações e novas tecnologias diferenciais, dentre outras”, revela
Daniel Domeneghetti, CEO da DOM Strategy Partners.
Segundo o executivo, as ações do Marketing de Reputação devem ser
integradas – conforme a estratégia corporativa – e ligadas ao Marketing de
Resultados, que tem atividades de cunhos mais transacionais, de suporte a
vendas, de curto prazo. Entre os exemplos estão: lançamento de novos produtos e
serviços, promoções, marketing online, merchandising, ações de vendas e
marketing direto, ações de fidelidade (cross-sell e up-sell), como outros.
“Essa integração estratégica é essencial para que seja possível se
racionalizar a gestão orçamentária – grande problema enfrentado pelo Marketing,
que apresenta indicadores de resultado ainda insatisfatórios - e do esforço
obrigatório das empresas em sua jornada para maximização de seu valor e
relevância (e de seus produtos, serviços e conteúdos) para cada cliente. É ao
marketing derivado dessa integração estratégica, tão necessária, é que chamamos
Marketing de Contexto”, diz Domeneghetti.
O Marketing de Contexto, que é mutante e pautado nas conjunturas e
momentos, é a mais moderna abordagem de Marketing, pois captura em seu modelo
os imperativos de instantaneidade, multicanalidade, influência, excesso de
oferta e participação ativa dos clientes no dia a dia das empresas e os integra
estrategicamente, garantindo alinhamento total entre a visão do longo e do
curto prazo, portanto, de reputação e resultados.
Isso quer dizer que o Marketing de Contexto deve se basear,
portanto, na competência da empresa em racionalizar, combinar e orquestrar de
maneira eficaz as estratégias e ações capazes de maximizar o valor da empresa e
da marca, por cliente, por mercado e por canal e, por isso, deve conhecer e se
integrar profundamente com seus mercados e seus clientes.
Em linhas gerais, o estudo aponta que o relacionamento completo
com o cliente deve envolver da atração à sua fidelização, por isso a
necessidade de ações de curto prazo, hoje muito pontuais, andarem casadas e
interdependentes às atividades de longo prazo. O ciclo de vida de um cliente
precisa ser amparado em sua totalidade, a partir de conceitos e práticas como a
visão única do cliente, CRM (Customer Relationship Management), gestão de valor
do cliente – customer value, segmentação, clusterização, experiência,
multicanalidade, entre outras frentes.
Atribuir as atividades de relacionamento com o cliente apenas ao marketing
transacional acarretará à área de marketing a perda de relevância estratégica
na empresa. Como consequência, o departamento deixa de ser responsável por
gerir variáveis fundamentais, de sua competência, se tornando mais atividade
“meio” do que responsável por resultados nas empresas.
Para transformar este modelo num Marketing de Contexto é preciso definir a
relação empresa-cliente a partir das necessidades, expectativas e percepções de
cada cliente – e seus segmentos, clusters, grupos, comunidades, tribos, redes.
Partindo desta premissa, a DOM formulou os seis Pilares do Marketing de
Contexto, que pautam um contexto relacional mais produto e eficiente, que serve
como linha estratégica para as áreas de marketing se tornarem mais efetivas e
atuantes nas empresas.
São eles:
1.
Marketing de reputação - envolve ações
globais e institucionais pautadas em vetores como sustentabilidade, governança,
transparência, ética, causas, bandeiras e gerenciamento de crises;
2.
Marketing personalizado - relação
individualizada da empresa/marca com o seu cliente/consumidor colocando-o na
cadeira de valor da empresa.
3.
Marketing de experiência – baseado a partir
da experiência interativa recorrente da relação
empresa-marca-cliente-comunidade;
4.
Marketing de conhecimento - amparado por
informação, transparência e respeito;
5.
Marketing de influência - É holístico e vê
a empresa como parte de diversas redes com inúmeros stakeholders que podem
ajudar a construir (ou destruir) produtos e marcas;
6.
Marketing de rede, pautado numa postura
aberta, estruturado em redes, comunidades e grupos a partir de embaixadores e
evangelizadores – os nós das redes.