Por Sergio Sardinha
O Cloud Computing está
na moda... Muito se fala dos incontestáveis benefícios desse modelo de serviço,
que estará entre os principais temas de TI nos próximos anos. Apesar de ser uma
onda recente, o tema já está tão consolidado que não se discute mais se as
empresas devem ou não ir para o Cloud, a questão é “quando” irão.
Ter alta
disponibilidade, performance, elasticidade em um curto espaço de tempo e
reduzir investimentos, assim como transformar o Capex em Opex, é um sonho
antigo de todo CIO, que hoje tem acesso a essas facilidades de forma rápida
através dos provedores de Cloud Corporativa.
Porém isso resolve
“parte” dos problemas enfrentados pela área de TI das empresas, pois por detrás
da nuvem existe o fator humano. A Tecnologia da Informação é hoje uma área
estratégica e crucial na maioria das corporações e, por isso, necessita de
diversos perfis de especialistas, além de equipes trabalhando 24 horas por dia,
sete dias por semana (24x7). Porém, se levarmos em conta os altos custos e
encargos aplicados em nosso modelo oficial brasileiro de contratação (CLT),
torna-se inviável atender às necessidades da área de TI de uma empresa devido à
mão de obra ser extremamente custosa.
Se considerarmos o turn
over, as horas extras, os investimentos em treinamento e a área de trabalho, ou
seja, o espaço físico do profissional, entre outras demandas, essa conta vai
muito além dos custos de folha de pagamento. Sendo assim, quando se pensa em
“mover” os servidores para o modelo de Cloud Computing, é preciso levar em conta
também a possibilidade de comprar a administração desse ambiente,
principalmente para as tarefas mais rotineiras como operação, monitoramento e a
administração de ambiente.
Hoje em dia ninguém está
preocupado onde está o servidor de uma aplicação em Cloud Computing e muito
menos quem e quantos profissionais estão administrando esse ambiente, mas de
certo são muitos e com perfis bastante variados. Basta imaginar quantos
profissionais administram os grandes ambientes que hoje estão em Cloud, tais
como Facebook, Google, etc...
Quando se fala em Cloud
Computing, vem sempre a ideia de infinitos recursos de hardware e software, mas
a realidade é que sempre haverá a necessidade de equipes qualificadas,
presentes permanentemente e que hoje representam um alto custo para as
empresas.
Da mesma forma que
recebemos energia elétrica atualmente, vamos receber os serviços de TI no
futuro (bem próximo). Quantos profissionais são necessários para assegurar a
chegada desses serviços com qualidade? Por isso vale a reflexão de que o modelo
de Cloud Computing resolve apenas “parte” dos problemas de TI, mas, de certo,
acredito que a real solução está muito além das nuvens.
Sergio Sardinha é diretor da área de integração da Sonda IT, maior
companhia latino-americana de Tecnologia da Informação e integradora que provê
soluções de tecnologia de ponta a ponta, abrangendo Aplicativos, Plataformas,
SAP e Serviços de TI.