Por Alexandre Gera
Para entendermos a relação entre os grandes
blocos comerciais e os novos processos de Comércio Exterior, que estão em
constante e plena evolução, precisamos, primeiro, compreender a forma como
estes dois tópicos estão relacionados. Historicamente, as nações foram
obrigadas a negociar fora de suas fronteiras porque não eram autossuficientes
e, diversos eventos, como guerras, ascensão e declínio de impérios,
colonizações e ditaduras, colaboraram para os governos enxergarem que a melhor
e mais eficaz estratégia para as nações defenderem seus interesses comerciais
era a de trabalharem juntas. Dessa forma, formaram-se alguns embriões do que
viriam a ser os grandes blocos comerciais como, União Europeia, NAFTA ou
Mercosul.
Em segundo lugar, precisamos entender que um
dos principais mecanismos adotados por esses blocos são as medidas
protecionistas. A exemplo do Mercosul, que tem uma elevada taxa de importação
para carros que são importados de outros blocos econômicos, porém, quando a
Argentina vende ou compra carros do Brasil, este imposto é extinto ou reduzido.
Outro exemplo é, na época da abertura do mercado brasileiro, por volta dos anos
90, quando que muitas indústrias têxteis nacionais faliram por conta das
importações de tecido da China.
A partir daí, concluímos que muitas empresas
multinacionais praticam compras e vendas globais, estando, ou não, no mesmo
bloco econômico. Ou seja, as empresas criam novas linhas de negócio e a efetivação
dessas estratégias influência a economia de cada país envolvido, obrigando-os a
se defender comercialmente.
Atualmente, para realizarem essa defesa
comercial e serem mais eficazes, produzindo mais com menos, tanto empresas,
quanto governos têm que fazer uso de tecnologias avançadas para conseguirem
executar seus negócios com o controle necessário sobre as suas operações. Como,
por exemplo, o ERP (do inglês, Enterprise Resource Planning) alemão da SAP e os
sistemas de Siscomex, Novoex e Siscoserv, do Governo Brasileiro.
Para enxergarmos o nosso País neste
mapa-múndi dos negócios globais, precisamos voltar um pouco no tempo e
verificar que o Brasil e a Argentina foram pioneiros na formação dos blocos do
continente sul americano. Já existiu a Associação Latino-Americana de Livre
Comércio (ALALC) na década de 60, a Associação Latino-Americana de Integração
(ALADI) na década de 80 e, por último, o Mercosul, formado originalmente pela
Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Como os benefícios de se atuar num Bloco
Comercial são inquestionáveis, é necessário um gerenciamento consistente das
operações de Comércio Exterior e, para isso, hoje existem diversos tipos de
softwares e hardwares especializados em todos os segmentos e tamanhos dessas
operações. Grandes players do mercado de tecnologia, como a SAP, citada acima,
têm seus aplicativos para Comex, independente de terem sido desenvolvidos por
eles, ou não.
O mais importante e, diria, fundamental, é
que as tecnologias permitam, além do controle preciso sobre as operações,
também, o gerenciamento de todo o processo de importação, exportação, câmbio,
transmissão de arquivos para os sistemas do Governo e outros benefícios
fiscais. Porém, o diferencial é fazer tudo isso sem que seja necessário sair do
ERP em uso, ou, menos ainda, utilizar interfaces que não tenham integração
nativa ao software de gestão. Isso evita falhas na comunicação e troca de
informações e garante total credibilidade e segurança na entrega das obrigações
fiscais.
Alexandre
Gera é coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento da Divisão de
Aplicativos da Sonda IT, integradora que provê soluções de tecnologia de ponta
a ponta.