por Danilo Galvão*
Atualmente,
as organizações têm enfrentado um mercado cada vez mais concorrido e repleto de
mudanças, que podem variar desde o sobe e desce do mercado, assim como pelas
novas leis que surgem para legislar essas operações.
Para
se tornarem mais competitivas e eficientes, as empresas estão se reestruturando
e redefinindo seus processos produtivos/operacionais para formas mais
eficientes. Muitas dessas mudanças passam pela implantação de novos sistemas
para que possam oferecer melhores serviços aos seus clientes. Dessa forma, as
empresas vêm ganhando cada vez mais espaço dentro desse mercado competitivo.
Mas
será que todos os envolvidos nessa implantação estão preparados para uma nova
filosofia de trabalho? Será que todos estão tendo o mesmo foco ou visão?
As
organizações estão cada vez mais reconhecendo que o fator humano é fundamental
ao bom funcionamento dos processos. E que os investimentos em atividades que
melhorem o bem estar do funcionário, o clima organizacional, a capacitação
profissional, terão retorno positivo. Funcionários motivados trabalham mais e
melhor, gerando assim maior produtividade e lucro para a empresa, além de serem
fatores importantes para retenção e atração de talentos.
A
implantação de sistemas normalmente significa mudanças e, na maioria das vezes,
por uma tendência natural do ser humano, as pessoas envolvidas nesse processo
tornam-se resistentes à mudança. Essa mudança muitas vezes representa uma
ameaça ao emprego, a quebra de uma rotina, a criação de uma zona de
desconforto, novos processos que alteram a rotina diária na qual o indivíduo
está acostumado. E as pessoas são de extrema importância para as organizações.
Podemos adquirir um sistema de última geração, mas de qualquer forma,
precisamos do ser humano para fazer a operacionalização desse sistema e a
gestão correta do mesmo.
Mudanças
dentro de uma organização nascem para suprir uma necessidade, seja ela de uma
nova tecnologia, de um novo tipo de comportamento ou uma nova metodologia de
trabalho e, muitas vezes, essa mudança de um modo geral não agrada muito os
envolvidos, pois há sempre aquela sensação de que o seu espaço na organização
está ameaçado, gerando a resistência.
Essa
resistência surge de uma defasagem entre a situação atual em que a empresa se
encontra e a situação que se deseja encontrar. A percepção dessa diferença e a
necessidade de mudança normalmente acontecem tardiamente, pois é típico do ser
humano ter dificuldades para alterar ou quebrar paradigmas. Acostumados com
seus hábitos, geralmente as pessoas só percebem aquilo que reforçam os seus
conceitos pré-concebidos e eliminam aquilo que é diferente ou “ameaçador”.
Somente um acúmulo considerável de informações o levará a mudar o paradigma
vigente.
As
empresas devem preparar seus colaboradores de maneira adequada para aceitar a
mudança de forma positiva, fazendo-os entender que aquilo que a princípio pode
ser incômodo, vai trazer benefícios ao seu trabalho. As pessoas devem entender
que a mudança faz parte da vida de todos e que vão aparecer constantemente nos
mais diversos momentos.
E
o fator humano é que promove o desenvolvimento dentro das organizações. Em um
ambiente constantemente em mutação, os gerentes como representantes da
diretoria ou presidência são os implementadores da mudança e divulgadores da
visão e dos novos valores e, portanto, antes de mais nada, precisam estar
conscientes da dimensão das mudanças e preparados para levar os seus
subordinados a adotarem as mudanças propostas.
Para
diminuir essa resistência à mudança é necessária a criação de um clima de
confiança na organização, de forma que os colaboradores percebam que o seu
emprego não está ameaçado. Também devemos incentivar a participação das pessoas
que serão afetadas diretamente pela mudança para que as mesmas participem desde
o início do projeto e possam influenciar em seu resultado.
É
importante dar tempo ao tempo para que os envolvidos possam entender que as
mudanças serão estabelecidas progressivamente. A partir de um nível de maturidade
alcançada ao longo desse processo e de informações fornecidas pelas partes
interessadas - clientes, funcionários, diretores, fornecedores - os
procedimentos são modificados e o melhoramento é contínuo.
É
imprescindível também que haja a devida capacitação dos envolvidos e a correta
comunicação para assegurar que as pessoas vão ter a informação de que
necessitam para executar essas novas atividades. A não participação do
colaborador na elaboração de uma instrução de trabalho é um erro grave, muito
comumente cometido nas organizações.
Dessa
forma, não temos como pensar em implantar qualquer sistema sem a participação
das pessoas. A implantação de um sistema e seu correto funcionamento depende da
participação de todos, começando com o comprometimento da alta gerência com a
causa e depois se estendendo a toda organização. A implantação requer uma
remodelagem da organização e suas rotinas, o que permitirá a viabilização das
soluções imaginadas.
*Danilo Galvão é consultor de negócios da Store Automação, companhia de
Tecnologia da Informação especializada no setor logístico.