por Marco Santos*
Em vez de ficar procurando
moedas ou cartão de crédito/ débito para pagar um café ou uma conta no
supermercado, imagine fazer isso via celular, através de um aplicativo no
smartphone? Isso, sem dúvida, transforma radicalmente a maneira de lidar com
seu dinheiro e já é um movimento real em países como a Itália, por exemplo.
A carteira digital, como
é conhecida, também pode ser aplicada a postos de gasolina, máquinas de venda
automática, compras on-line ou qualquer outro estabelecimento físico ou on-line
que possua tecnologia NFC (Near Field Communication). Agora imagine fazer
transferência de valores com um toque no celular? Trata-se de esta outra
realidade nos países da Europa. Conhecidas como soluções P2P (Peer-to-peer), são
baseadas em transferências a crédito SEPA (Single Euro Payments Area ou Área
Única de Pagamentos em Euros) e estão disponíveis a todos os bancos que operem
nesta área, atingindo mais de 400 milhões de clientes correntistas europeus.
Tal cenário também está sendo
discutido no Brasil. Para ser capaz de competir com FinTechs e empresas da
Internet, os bancos estão mudando sua mentalidade o e começando a pensar em
como eles podem reaver a confiança perdida enquanto parceiros para seus
clientes.
Os pagamentos por celular têm
que ser tão fáceis quanto usar notas e moedas. Ao invés de se preocuparem com
rivalidades, os bancos deveriam formar alianças fortes e caminhar para um
padrão comum. Isso daria condições de ofertar uma plataforma de pagamento de
alta segurança, vinculada não só a verificação de clientes e detalhes da conta
com protocolo de autenticação do próprio smartphone, como também de poder se
comunicar com as interfaces do banco, suportando os sistemas operacionais
relevantes para o mercado, tais como Android, iOS e Windows Mobile.
Além da interface intuitiva, os
usuários ficaram impressionados com a facilidade na transferência de valores a
amigos ou colegas de trabalho: bastaria um toque na agenda do smartphone - não
é mais necessário maiores detalhes da conta ou outros formulários de
transferência. Caso o beneficiário já fosse um usuário da plataforma de
pagamento, um símbolo apareceria junto ao seu nome e a quantia desejada seria
imediatamente creditada. Caso contrário, o destinatário receberia um convite
por mensagem de texto para registar-se com alguns passos simples.
É com esta mentalidade que o
cenário brasileiro de pagamento móvel poderia tornar-se um elemento de um
sistema de Gestão de Finanças Pessoais, abrangendo toda a situação financeira
do cliente, que vai desde a inovação, passando pelo serviço e chegando à
segurança, ou seja, os três elementos-chave para o sucesso do setor bancário.
*Marco Santos é managing director Latam do Grupo GFT, companhia
de Tecnologia da Informação especializada no setor financeiro.