por João Gatto*
Ultimamente
muito se tem falado de transformação digital, conceito que vai além de
automatizar processos, e mostra que os modelos de negócio deixaram de ser algo
imobilizado, ou seja, modelos de negócio devem ser criados e alterados de
maneira contínua. E para que isso fosse possível, muitas frentes como Cloud
Computing, Big Data, Mobile Payment, IoT (Internet of Things), entre outras,
foram criadas para inovar e melhorar os serviços e produtos fornecidos pelas
empresas. Mas será que as empresas estão adotando maneiras ágeis e flexíveis
para fornecer tais serviços?
Devido
à rápida evolução tecnológica, as empresas estão se transformando e criando
concorrência inesperada para os gigantes do mercado. Por exemplo, recentemente
tivemos a criação do Uber na indústria de táxis, AirBnB na indústria hoteleira,
Netflix na indústria de filmes e entretenimento, Whatsapp na indústria da
comunicação, entre outros que influenciam diretamente os modelos de negócios
que antes estavam estagnados e que foram alterados usando o que a tecnologia
tem a oferecer atualmente como forma de se posicionar novamente de
maneira competitiva no mercado.
Por
isso muitas empresas estão adotando a metodologia ágil na sua maneira de
trabalhar e estão vendo que ela não é apenas uma melhoria de processo, mas sim
uma nova necessidade estratégica. Quando se trata de metodologia ágil, o grande
desafio é criar o mindset ágil. Não significa apenas ter as skills e know-how,
mas também cultivar um time ágil, sendo suportado pela alta gerência da
organização.
Diante
desse cenário de mudança constante, como a metodologia ágil pode ajudar na
entrega da transformação digital? Simples: ao contrário das metodologias
tradicionais, que demandam muito tempo para entregar algo funcionando ao
cliente, um dos princípios da metodologia ágil é satisfazer o cliente através
de entregas em curtos espaços de tempo de maneira contínua e adiantada, sempre
tendo em mente o mais importante: o valor agregado. Entregar frequentemente
algo na menor escala de tempo, entre duas a três semanas, faz com que o cliente
consiga ver o valor agregado e o progresso do produto. Quando entregamos valor
agregado precisamos ter em mente três pontos: custo (quanto custa fazer esta
parte do produto?), negócio (qual o retorno esta parte do produto trará para o
negócio como um todo?) e o ROI (quanto tempo vai levar até obter o retorno
sobre o investimento?). Agora imagine um projeto para mobile payment, seguindo
a metodologia tradicional, na qual o cliente só receberia o produto pronto, de
acordo com o escopo acordado depois de alguns meses. Será que os requisitos
levantados pelo cliente são os mesmos que foram acordados no início do projeto?
Será que as tecnologias para esse tipo de projeto não sofreram alguma alteração
durante esse período?
Usando
a metodologia ágil há um melhor gerenciamento da mudança de requisitos, pois
ela assume que os requisitos iniciais vão ser alterados, mesmo tardiamente,
podendo criar uma vantagem competitiva para o cliente e ainda ser um
diferencial para a empresa prestadora do serviço.
Outro
ponto importante quando falamos de metodologia ágil é a questão da qualidade,
que é garantida através da correta aplicação das melhores práticas, nas quais
são realizados frequentes testes em cada uma das funcionalidades,
possibilitando a identificação de qualquer problema com antecedência
necessária para que a entrega final do produto seja feita dentro do prazo e das
especificações acordadas com o cliente.
A transformação digital hoje
é uma realidade que vem crescendo e revolucionando o mercado de TI. As empresas
que ainda usarem metodologias de desenvolvimento e entrega com práticas e
processos burocráticos estão fadadas a perder mercado para os concorrentes. Para
evitar que isso aconteça, novos processos funcionam como aliados e devem ser
adotados por todos da empresa.
*João
Gatto é Technical Analyst do Agile Center da GFT Brasil, companhia de
Tecnologia da Informação especializada no setor financeiro