*Por Willian Porfirio
Na última década começamos
a vivenciar uma revolução digital que tomou proporções exponenciais nos últimos
cinco anos, seja no âmbito do volume de dados gerado no universo digital, na
quantidade de aplicações que suportamos e utilizamos diariamente ou na quantidade
de usuários conectados por meio dos mais variados dispositivos móveis. Quando
olhamos para esta revolução, uma das grandes tendências e respostas é a
computação em nuvem.
Desde quando foi designado
pelo NIST (National Institute of Standards and Technology) como um modelo que
permite acesso a um conjunto compartilhado de recursos computacionais
configurados, o conceito de computação em nuvem ganhou atenção de diversos
mercados por conta da sua eficiência processual. Com esta inovação, cada vez mais
as organizações amadureceram a ideia de irem para a nuvem, mas esquecem de
aterem sobre qual será o modelo mais adequado.
É preciso explicar! A
computação em nuvem pode ser composta por cinco características básicas: on-demand
self-service, broad network access, resource pooling, rapid elasticity e measured
service. Um dos principais pilares tecnológicos que sua infraestrutura de
TI deve ter como base para compor estas cinco características é a
virtualização. Antes de tudo é necessário expandir o uso da virtualização para
as camadas de infraestrutura de redes e de armazenamento.
Definindo as camadas da
infraestrutura por software é possível obter níveis de agilidade,
disponibilidade, utilização, programabilidade e controle muito mais altos do
que o convencional, permitindo que sua infraestrutura se torne uma fundação
adequada para se alcançar às cinco características citadas e, normalmente, este
deve ser o passo inicial para atingir a maturidade durante a jornada rumo à
nuvem.
Toda esta infraestrutura
de computação em nuvem pode ser implantada através de quatro modelos: privada,
comunitária, pública e híbrida. O primeiro modelo é apontado por diversas
pesquisas no mercado como o caminho mais propício e o que deve ser percorrido
nas estratégias dos CIOs. A infraestrutura de nuvem é provisionada
exclusivamente para o uso de uma única organização e seus diversos clientes são
as linhas de negócios ou departamentos internos.
O conceito de comunidade
ainda não é muito utilizado no Brasil, mas alguns executivos compreendem a
utilização da infraestrutura de nuvem para uso exclusivo de uma comunidade de
organizações, nas quais têm requisitos como compliance e segurança em comum.
O modelo de nuvem pública
é o mais comum e talvez o de maior impacto no mercado de TI mundial. Quando
ouvimos falar das plataformas AWS da Amazon, Cloud Platform do Google, Azure da
Microsoft ou vCloud Air da VMware estamos falando de uma infraestrutura de
nuvem provisionada para uso de propósito geral.
O último dos quatro
modelos, o híbrido é aquele que os grandes players da indústria acreditam como
ideal e que deve ser alcançado pelos CIOs em suas estratégias de computação em
nuvem. Neste modelo de nuvem, a infraestrutura é uma composição de duas ou mais
nuvens que permanecem como entidades únicas, mas se integram por meio de
padrões permitindo a portabilidade de dados e aplicações.
Além de definir o modelo
de implementação, é necessário também escolher quais dos três modelos de
serviços serão mais propícios para o seu negócio. São eles: Infrastructure
as a Service (IaaS), Platform as a Service (PaaS) ou SaaS (Software as a
Service). No primeiro modelo todas as camadas da infraestrutura de nuvem
são entregues para o usuário, contendo máquinas virtuais com determinadas
capacidades de processamento, volumes de armazenamento e até um
compartilhamento de rede SMB ou NFS.
Já no modelo PaaS são
agregados serviços de middleware, data fabric e ferramentas de
desenvolvimento, como por exemplo, linguagens de programação, bibliotecas e até
frameworks de desenvolvimento aos serviços de IaaS. O terceiro modelo, o SaaS,
é considerado um dos serviços em nuvem que mais cresce em adeptos se comparado
aos demais por ser mais transparente e por permitir que os usuários acessem
aplicações completas como serviço.
É importante frisar que
vivemos um momento em que diversas indústrias e modelos de negócios estão se
transformando. Com isso, as empresas descobrem novas oportunidades de maneira
preditiva em seus mercados. A grande tônica é entregar uma experiência mais pessoal
em seus produtos e serviços, além de ser capaz de inovar de maneira mais rápida
e de operar, e reagir, a eventos em tempo real conforme a dinâmica de cada
indústria.
Toda esta transformação
dos modelos de negócios e aplicações traz também inovações para a
infraestrutura de TI, tornando a computação em nuvem a nova cara da TI, pois é
possível continuar atendendo as necessidades das linhas de negócios ou
departamentos internos na velocidade em que cada mercado exige e, em alguns
casos, contribuir para a reduções de custos. Afinal, o tempo corre e você
precisa estar nas nuvens à sua maneira.
*Willian Porfirio é especialista de
produtos da Divisão de Plataformas da Sonda IT, maior integradora
latino-americana de soluções de Tecnologia da Informação.