por
Jaroslaw Wrona*
A
logística atual é baseada em soluções de TI que, em se tratando de processos,
costumam ser ajustadas a requisitos específicos dos clientes, focando no
suporte aos usuários ao tratar questões complexas de logística. A integração
detalhada e bem analisada de elementos individuais do quebra-cabeça de TI evita
a estratificação de dados entre os sistemas e suporta o desenvolvimento de uma
política de imagem coerente, relativamente a terceiros.
Dessa
forma, faz sentido investir na criação de uma organização eficaz e consistente,
baseada na troca rápida e automatizada da informação? Não estaremos, assim,
sacrificando a flexibilidade da organização? Dever-se-ia ter em consideração a
forma de atuação das organizações logisticamente eficientes. Tendo isso em
conta, uma coisa é certa: a dificuldade se esconde nos detalhes e vale a pena
analisá-los tão cedo quanto na fase de planejamento de implantação do processo.
Este
aspecto se refere a empresas que operam em qualquer setor da economia: desde
empresas de produção, passando por operadores logísticos e empresas de
distribuição. Atualmente, a falta de informação entregue a tempo e ao
destinatário correto resulta numa baixa qualidade do processamento do pedido,
fazendo aumentar o número de erros e interrupções e prolongando o tempo
necessário para a realização das tarefas individuais, além de aumentar o número
de rejeições, havendo a necessidade de dedicar muito tempo para a correção dos
erros.
Um
bom exemplo são as empresas de produção, cujo problema não é apenas a
falta de informações detalhadas relativas às matérias primas ou materiais em
estoque, mas também a falta de informação, ou a incorreção da mesma, nos
sistemas individuais relativamente aos lotes, estruturas de embalagem, status
de qualidade ou datas de validade.
Por
sua vez, os operadores logísticos são forçados repetidamente a aceitar
abastecimentos de novos produtos que deveriam estar registrados nos sistemas do
cliente e do operador. Tais necessidades são supridas pela tecnologia, que
possibilita a eliminação de um número de erros num estado recente de
planejamento ou reorganização de processos logísticos de uma determinada
empresa. Portanto, é importante prestar atenção a três elementos básicos na
hora da escolha do software correto: o conjunto de dados que existem atualmente
na empresa e que poderão ser utilizados no novo software, as opções de
integração tecnológica e a experiência da empresa na hora de desenvolver a
interface e, por fim, o conjunto de soluções oferecidas por um fornecedor
específico como parte de um sistema integrado.
A
utilização de dados existentes torna possível a criação de uma solução.
Contudo, o fato é se seremos capazes de exportar do sistema existente os dados
na forma de estrutura de produtos (na maioria dos casos, isto significa milhares
de unidades logísticas), contrapartidas, datas de validades individuais e
ordens feitas pelos clientes ou pelos fornecedores. Tudo isso deverá ter uma
influência substancial na possibilidade de adequar o desenho do processo numa
aplicação logística, o qual deverá resultar numa melhoria da eficiência das
operações com estes produtos (lançar as quantidades corretas de produtos, com a
data de validade certa e com o trajeto de picking otimizado, etc).
Mas
será que prestamos atenção suficiente às capacidades tecnológicas e à
experiência da empresa responsável pela implementação do software? Isso
significa muitas vezes que, no momento de se avançar para os detalhes, o
fornecedor do software não é capaz de apresentar uma solução adequada, como por
exemplo, na questão da comunicação entre sistemas e a forma de como os dados
são trocados. Um fator importante é se a solução escolhida já tem mecanismos
integrados de interface como padrão, que facilitem uma ligação rápida com o
ambiente externo.
Contudo,
uma pessoa não deve focar apenas na situação atual. A velocidade do
desenvolvimento das organizações requer que os gestores olhem para o futuro.
Desta forma, é bom ter em consideração o fato de, apesar de no momento da
implementação apenas poder ser necessário um sistema de controle e
monitoramento da produção (MES – Manufacture Execution System), dentro de
alguns meses poderemos ser obrigados, pelo nosso próprio crescimento,
implementar na nossa empresa também um sistema de planejamento de rotas para
administrar uma estrutura de armazéns descentralizada.
Tal
expertise é baseada em tecnologias específicas e situações semelhantes. É assim
que um sistema integrado e eficiente emerge. Pois, neste caso, seria
simplesmente impossível copiar os dados de um sistema para o outro manualmente
tratando-se de pequenas e médias empresas que começaram agora a melhoria de
seus processos logísticos.
Uma
troca suave de dados básicos entre sistemas numa determinada empresa reflete-se
claramente na maneira que esta é percebida por seus clientes. Um ambiente bem
desenvolvido, no qual é possível modelar processos individuais com a utilização
de dados comuns, juntamente com o apoio das pessoas que já conhecem uma
organização específica e as suas especificidades, constitui alicerces sólidos
para uma evolução uniforme.
* Jaroslaw Wrona é
especialista em logística da Divisão de Aplicativos da Sonda IT, maior
integradora latino-americana de soluções de Tecnologia da Informação