por
Fernando Braidatto*
Como
consequência do rápido crescimento do Brasil obtido nas últimas décadas, os
prazos de entrega aumentaram e o atendimento ao cliente foi impactado. Porém,
graças ao constante crescimento da demanda, tais problemas não ficaram
evidentes. Muitas vezes, seriam considerados como porcentagem crescente, ou
seja, aceitável de perda.
Hoje,
a realidade é outra. Em meio à crise, o Brasil parou de consumir como antes, e
agora muitas empresas estão enxugando as suas estruturas para evitar
desperdícios. O gasto exagerado por meio de processos pouco aderentes,
espelhados em sistemas de armazenagem engessados e desatualizados, escondidos
atrás da demanda, é um dos principais causadores de falhas na gestão dos
armazéns e, consequentemente, no aumento dos gastos internos.
Quando
falamos em sistemas de armazenagem (WMS), deve-se escolher um sistema robusto,
completo, com suporte adequado, parametrizável e expansível, para assim poder
eliminar os desperdícios e tornar os processos mais enxutos e controlados.
Assim, as boas práticas recomendam não investir em soluções “caseiras” ou de
“software houses” que costumam ter foco apenas em um único segmento ou
realidade. O desenvolvimento de software por medida tem muitos outros
problemas, por exemplo:
·
não gerenciam um inventário de forma
detalhada, importantíssimo para a aferição do nível de estoque;
·
não se integram com outros sistemas da cadeia
de suprimentos, como por exemplo ERP (Enterprise Resource Planning) e TMS
(Transportation Management System), tendo a necessidade de duplicar a inserção
de dados nestes sistemas para que o fluxo continue;
·
são praticamente nulos em relação à alteração
de estratégias de estocagem, entrada, saída e manipulação dos produtos;
·
não são maleáveis para absorver as
características das diferentes formas de racks e as especificações de cada área
e zona de armazenagem;
·
exigem um alto tempo de execução das ordens;
·
têm um baixo ou nenhum nível de
parametrização;
não
são expansíveis;
·
não são atualizados com novas tecnologias,
estratégias e tendências de mercado.
Essas
soluções “caseiras” rodariam da maneira ideal para todos inicialmente, pois os
processos mapeados estariam sendo seguidos. Mas, após a percepção de
consecutivas alterações de desempenho, vendas, redução de market share,
modernização da concorrência e o aumento de custos para operar, a necessidade
de se redesenhar os processos acaba se tornando fundamental.
A
utilização correta da tecnologia de informação é essencial para ajudar nas
decisões dos colaboradores do armazém, pois ela organiza o fluxo de processos,
informações e recursos e realiza ganhos de tempo gerenciando cada colaborador a
executar a correta função na hora certa etc. Desta forma, tende-se a aumentar o
nível de serviço prestado ao cliente.
O
suporte e atualização deste software são fatores importantíssimos para a
manutenção ou até mesmo a elevação do nível de serviço. O WMS deve ser flexível
para se adaptar a novas estratégias e tecnologias. A equipe de suporte deve ser
experiente e de fácil acesso. Assim, a escolha do software WMS e de seu
fornecedor é essencial não só para o presente da empresa, mas também para o
planejamento de seu futuro.
* Fernando Braidatto é
consultor em logística da Divisão de Aplicativos da Sonda IT, maior integradora
latino-americana de soluções de Tecnologia da Informação