por Jorge
Serrano Pinto*
A
famosa frase do autor norte-americano William Edwards Deming "O que não
pode ser medido, não pode ser gerenciado" continua, sem qualquer dúvida,
atual. Nos dias em que vivemos, nos quais todos olhamos para os processos do
nosso negócio para deles extirparmos a maior quantidade de custos possível, o
grande desafio começa por identificar formas de fazê-lo.
Desse
exercício resulta a necessidade de se identificarem e construírem KPI’s
(indicadores-chave de desempenho, numa tradução livre do acrônimo inglês) que
comecem por retratar uma realidade e que, com o passar do tempo, possibilitem o
acompanhamento da evolução da mesma. São nesses indicadores que a atenção de
vários níveis de uma empresa deverá estar focada, desde o nível operacional,
com indicadores mais orientados para o dia a dia, até o gerencial, que lidará
com KPI’s mais consolidados.
Como
seria de esperar, a logística não pode ser exceção a esta prática. É muito
interessante chegar à conclusão, juntamente com os responsáveis de logística,
que, ao fim do dia, o que é verdadeiramente pretendido é o controle, por meio
da medição da operação, para poderem gerenciá-la e otimizá-la. Porque, tal como
concluímos da frase de Deming, não poderemos gerenciar o que não somos capazes
de medir.
Também
com o software para a área de logística, a realidade não poderia ser outra. Ao
implementar um sistema de software para a cadeia de abastecimento (por
meio de produtos como o WMS para os armazéns, TMS para os transportes, YMS para
o pátio etc.), é fundamental que se conheça a realidade pré e pós-projeto, bem
como a evolução desta com o decorrer da operação normal, já otimizada pelas ferramentas.
Tendo
em mente fases e objetivos, é possível, primeiramente, conhecer-se o ganho
obtido com a implementação das soluções de software, que deverão, inclusive,
permitir calcular o ROI. Mas, passada a etapa inicial, esses mesmos KPI’s
deverão ser utilizados para medir, se possível em tempo real, a execução da
operação logística e, desta forma, gerenciar simultaneamente a mesma.
Fica,
deste jeito, fácil de entender que a medição dos KPI’s não é um fim em si
mesmo, mas algo que pretendemos manter, juntamente com os novos sistemas
informáticos. Aliás, indo um pouco mais longe, esses softwares de logística
deverão proporcionar uma visão da execução por meio da apresentação de
indicadores-chave, seja de forma numérica, gráfica ou ambas.
Em
outras palavras, a implementação de uma boa solução de software de logística,
que permita medir para gerenciar a execução dos processos da operação, deverá
garantir uma gestão pró-ativa, que alerte o usuário para os "pontos fora
da curva", de maneira que ele se detenha no que precisa ser resolvido de
imediato.
Uma
realidade na qual não existam desvios em relação ao planejado é uma utopia, mas
quanto menor for o tempo e custo de reação, melhor estará a operação e, como
tal, melhores serão os resultados.
Portanto,
medir é fundamental. Porém, sendo o gerenciamento algo que acontece ao longo do
tempo e a ação de medir algo pontual, é fácil concluir que precisamos de
medições constantes. Se conseguirmos medir a execução dos nossos processos em
tempo real, então conseguiremos gerenciá-los também em tempo real. Com isso,
teremos uma visão permanentemente atualizada de toda a operação, identificando
os problemas no momento em que eles acontecem.
Diria
que, assim, seríamos capazes de alcançar o "sonho de consumo" de
todos aqueles que desejam uma operação controlada e otimizada do ponto de vista
operacional e, portanto, financeiro.
* Jorge Serrano Pinto
é especialista em logística da Divisão Aplicativos da Sonda IT, maior
integradora latino-americana de soluções de Tecnologia da Informação