Levantamento global da consultoria,
realizado com 906 auditores de diversas empresas, mostra que 66% dos processos ligados à auditoria interna já são
realizados com o apoio da tecnologia.
A
consultoria global Protiviti promoveu uma pesquisa mundial com mais de 900
profissionais de auditoria interna para saber o grau de usabilidade da análise
de dados na detecção e prevenção de fraudes e corrupção. Os
profissionais afirmam no levantamento que 66% dos processos ligados à auditoria
interna já são
realizados com o apoio do Big Data. Segundo os entrevistados, o principal
benefício de usar a tecnologia na apuração de fraudes é a possibilidade de
obter uma visão em tempo real dos riscos organizacionais e de realizar
pré-auditorias baseadas em riscos.
Atualmente, os recursos do
Big Data são usados mais na busca de pista de anomalias financeiras, como, por
exemplo, o controle de alçada em pedidos de compras, duplicidade, pagamentos em
desacordo com critérios contratuais, revisão da folha de pagamentos, dentre
outras inconsistências ocorridas em operações contábeis.
Apesar da tendência
positiva, 34% dos departamentos de auditoria não empregam a análise de dados
como parte dos processos de auditoria e, entre aqueles que já usam o Big Data,
só 10% conseguem classificar as funções da ferramenta em termos quantitativos.
De acordo com a pesquisa,
o desafio para 60% dos auditores entrevistados é identificar onde estão os
dados, enquanto 56% apontam as limitações dos seus sistemas. Apenas 22% dos
executivos ouvidos classificam a qualidade dos dados como excelente ou boa.
“Os departamentos de
auditoria interna começam a adotar a análise de dados, mas o caminho entre teoria e prática é longo. Há uma ala de
profissionais de auditoria que consideram o uso do data analytics valioso. Em
contrapartida, há uma que necessita de apoio para materializar as
informações extraídas do Big Data”, explica Brian Christensen, vice-presidente executivo de auditoria interna e
assessoria financeira global da Protiviti.
No Brasil, as organizações
despertam os seus interesses de empregar a análise de dados em casos de
descoberta e prevenção de fraude. As áreas de auditorias de bancos, de
hospitais e de empresas de telecom, por exemplo, estão mais propensas a
utilizarem os recursos do Big Data. Mesmo incipiente, o Brasil tem um case de
sucesso simbólico no que tange à adoção de data analytics. “A inteligência de
cruzamento de informações da Lava Jato, por exemplo, utiliza o analytics”
complementa Alessandro Gratão, líder das práticas de Auditoria Interna e
Financial Advisory na operação brasileira da Protiviti, consultoria global
especializada em Gestão de Riscos, Auditoria Interna, Compliance, Gestão da
Ética, Prevenção à Fraude e Gestão da Segurança.