Por Eduardo Borba*
A adoção da transformação digital
pelas empresas, baseada na melhor experiência do cliente, trouxe um impacto na
carreira dos profissionais de Tecnologia da Informação. A tendência do digital
veio para atender um novo perfil de cliente, mais imediatista e dinâmico e que,
portanto, exige um atendimento mais ágil e customizado, impactando inclusive
naquele que o atende.
Em outras palavras, a dinâmica,
que antes conduzida com entregas de longo prazo, hoje precisa dar lugar a
entregas ágeis e que atendam rapidamente a demanda de inovação do mercado. E
como o profissional deve se preparar para atender este novo perfil de consumo?
Neste primeiro artigo da série, a
proposta é mostrar que o cenário está mudando ano a ano e com certa dificuldade
de previsibilidade, pois a inovação tem a característica de círculos mais
curtos. Levando em consideração este estigma, os profissionais devem buscar
especialização de curta duração que abordem novas capacidades e tecnologias. É
diferente da formação que estávamos acostumados no século XX. Hoje, uma
especialização de dois anos já corre o risco de se tornar obsoleta antes mesmo
de sua conclusão, impedindo o profissional de testá-la no mercado de trabalho.
A exemplo das metodologias de
desenvolvimento atuais, como o Ágile, no qual o desenvolvimento é realizado por
etapas e testado constantemente, o profissional também deve buscar
qualificações curtas e constantes para atender rapidamente a demanda vigente no
momento, ou seja, é preciso estar adaptado ao mercado de trabalho e
preparado para atender a demanda do cliente.
Ou seja, não é preciso deixar de
lado seu conhecimento adquirido ao longo dos anos, mas somar a essa bagagem as
necessidades do negócio atendido. Por exemplo, um arquiteto deve unir sua
experiência na criação de uma maquete física para transformá-la numa versão
virtual.
E o profissional de TI? Esse deve
se inteirar das demandas dos segmentos em que atua para buscar a especialização
rapidamente. Quem não se requalificar, não conseguirá se manter no mercado. E,
qual a responsabilidade das empresas nessa jornada de transformação em ritmo
acelerado?
A maioria das empresas toma
decisões com base no ROI, mas no caso da inovação, fica difícil quantificar o
retorno sobre o investimento e, por isso, acabam deixando o tema apenas na
agenda. Porém, uma boa saída é criar grupos de discussão para promover
programas de transformação digital e, posteriormente, colocá-los em prática.
Quando se fala em transformação
digital, todos pensam na tecnologia em si, mas se esquecem do impacto que ela
traz na vida das pessoas. Mais do que nunca, estamos vendo um cenário de
humanização e customização da tecnologia, no qual o usuário pode se sentir
único. A experiência do usuário mudou e isso exige novos perfis profissionais
de atendimento.
A academia ainda tem seu papel
nas especializações, mas as circunstâncias exigem que elas sejam aprimoradas
constante e rapidamente, enquanto as empresas discutem e as testam para
melhorar a experiência do usuário. Quem vem nessa jornada? Juntos, academia,
empresas e profissionais podem construir e prover uma experiência única para
essa geração tão exigente e sob demanda. O tema é complexo e merece novas
discussões que serão abordadas em outros artigos que tratam do tema. Até lá!
*Eduardo
Borba é presidente da SONDA, maior companhia latino-americana de soluções e
serviços de tecnologia.