Por Ellen Pompeu*
A escola é uma das instituições mais
relevantes de um país. É através dela que são dados os primeiros passos para a
evolução de uma sociedade. Porém, com o passar dos anos, não só a figura do
professor foi perdendo respeito, como também as escolas se tornaram um ponto de
amplificação da violência ocorrida nas ruas, demonstrando o impacto das
mudanças na sociedade na vida das crianças e adolescentes.
Os resultados são muros e portões cada
vez mais altos, descaracterizando a instituição escolar, que não resolvem o
cerne da violência neste espaço, além dos alunos com necessidades de ajuda
comportamental, que são vítimas de bullying, crise de ansiedade, depressão,
dependência química, entre outros problemas.
Somado a isso, vemos uma gestão pública
ineficiente com poucos movimentos para combater as razões estruturais da
insegurança nas ruas e tampouco nas escolas. É sabido que é preciso olhar de
forma prioritária para questões administrativas e de infraestrutura nas
instituições de ensino. Os governantes também precisam olhar com mais
inteligência para os programas de melhoria de segurança pública. São inúmeras as
saídas para brecar o avanço de criminalidade, inclusive nas escolas.
Policiamento e rotas ostensivas são
necessárias, mas conscientização e treinamentos também são igualmente
fundamentais. Pessoas treinadas tornam-se mais eficazes em situações de risco.
Não limitando-se ao uso do armamento de fogo, mas sim de termos pessoas bem
preparadas para casos inesperados. O Brasil não está acostumado com isso. No
México, por exemplo, pessoas são treinadas para abalos sísmicos. Nos Estados
Unidos há simulações para ataques em escolas. Ou seja, temos que olhar para
fora e reconhecer que não somos mais expectadores de tragédias internacionais.
Em aspectos práticos, a adoção de
medidas de primeiro nível de segurança já seria um passo inicial para garantir
a integridade de alunos e professores. A criação de um sistema de inteligência,
contemplando o monitoramento comportamental dos estudantes de canais de ajuda é
o ponto inicial para criar círculos que possam identificar e antecipar
tragédias. Essas iniciativas integradas, somadas ao mapeamento dos riscos, revisão
dos procedimentos, e das estruturas físicas e tecnológicas das escolas,
seminários de comportamento preventivo treinamentos periódicos dos agentes de
segurança para capacitar estes profissionais a identificarem situações
vulneráveis e como agir nos momentos de crise são medidas que ajudariam no controle da violência.
Lembrando que não são
regras, mas sim boas práticas de segurança e proteção nos ambientes escolares. Alunos, educadores e
pais agradecem.
*Ellen Pompeu é especialista em
segurança e sócia-diretora da ICTS Security, consultoria e gerenciamento de
operações em segurança, de origem israelense.