Por Daniel Domeneghetti*
Os
Millennials ditaram as regras comportamentais de consumo nos últimos dois anos
trazendo inúmeros desafios ao mercado com suas vontades baseadas nas diversas
frentes sensoriais da experiência. O tempo verbal está correto: eles ditaram,
no passado. Agora há uma nova corrente que chega para impactar a relação
cliente/empresa. É o pós-consumidor.
Daniel Domeneghetti |
Diferente
das gerações anteriores, leia-se Z, Y, X e Baby Boomer, o conceito não se
encaixa em uma determinada faixa-etária, mas sim é estereotipado por uma série
de comportamentos e, principalmente, por um novo mindset. Essa nova ideia é uma
ruptura de padrões e regras impostos pela sociedade econômica nos últimos 70
anos.
O
pós-consumidor representa pessoas ávidas a viverem sua maioridade e idade
adulta de forma intensa, como jovens no ápice de seus 20 anos, mas acumulando
experiências mais breves diante de expectativa de vida longeva, sem as dores,
preconceitos e padrões grisalhos da maturidade.
Em linhas
gerais, o pós-consumidor pode ser eu, você, avós, pais ou tios dos membros das
gerações dos millennials e da Z, que adotaram hábitos,desejos e demandas
que, antes, não faziam parte de suas próprias realidades Ou seja, qualquer um
de nós se encaixa neste novo padrão, uma que vez o conceito é mais do que um
definição grupal, é uma ideia, é um estilo de vida.
O
pós-consumidor demandará mais das empresas. A
jornada e a experiência de consumo serão multidimensionais, transcenderá os
limites entre o clique do e-commerce e passada pela vitrine nas lojas físicas.
É uma silenciosa e potente revolução tecnológica invisível no front das lojas,
marcada em criar emoções e em construir relacionamentos através de uma
comunicação personalizada e uniforme.
Na
prática, eles esperam a proatividade necessária das marcas ao consumirem um
serviço ou produto. Necessidade esta que tem de ser de maneira tão antecipada a
ponto da companhia compreender as demandas destes clientes antes mesmo deles
estruturarem na mente.
Basicamente,
o pós-consumidor deseja que as empresas estejam em par com suas eventuais
necessidades antes mesmo de elas serem formalizadas. Além disso, a fluidez é
outra característica deste grupo. Não querem processos burocráticos e tarefas
que gerem esforço para o consumo – como dificuldades de escolha, pagamento,
checkout e cadastros. É facilidade nas relações.
Questões
econômicas, sociais e ambientais permeiam os gostos do pós consumidor e ele
cobrará das empresas esse engajamento se valendo do seu papel de agente
participante da sociedade. Tudo porque há um interesse em linkar o seu consumo
com temas ligados à revisão do modelo urbano de vida, à aproximação com a
natureza e ao consumo de produtos naturais. Há também uma propagação ao culto
da diminuição do ritmo de trabalho e de consumo e a movimentos de cunho
espiritual / filosóficos.
A
transparência e a ética ditam as relações do pós consumidor com as marcas,
materializando a ideia da verdade nada mais do que a verdade. O comprometimento
a causas variadas serão as condições básicas para a vivência de novas
experiências emocionantes e engajadas deste grupo.
Aparentemente
parece complexo entender os mandamentos do pós-consumidor. E é! Trata-se de um
marcante jogo de combinações sensoriais e empíricas de consumo, que precisa do
rápido entendimento e atenção das empresas, em especial as varejistas. A ação
da marca terá de ser imediata, pois estamos diante dos versos da música pop,
vivendo um novo começo de era de gente fina, elegante e, sobretudo, sincera.