Por Alexandre Gera
Junho de 2019 - A instabilidade política
e macroeconômica que atingiu o Brasil nos últimos anos com juros, crise fiscal,
inflação, desemprego e turbulências no comércio exterior volta a afetar o
mercado que estava eufórico com a eleição do novo presidente. Depois deste
primeiro trimestre, vemos um mercado apurando resultados com uma esperança
cautelosa.
A crise permanece, principalmente por
causa das promessas econômicas de campanha que ainda não foram cumpridas, como
a reforma da previdência. Há também os problemas com a articulação política
nacional e internacional, como percebe-se no episódio do escritório comercial
aberto em Jerusalém, que criou um clima nada favorável com os países que seguem
preceitos muçulmanos. Isso porque estes são os principais mercados compradores
das carnes exportadas pelo Brasil dentro do processo de abate Halal, que
movimenta trilhões no mundo.
Alexandre Gera |
Grandes empresas, como a BRF, que é o
grupo que detém as marcas Perdigão e Sadia, já comunicou aos funcionários da
planta de Carambeí, no Paraná, que pretende suspender a produção por 60 dias a
partir de junho e que essa medida pode durar até cinco meses, período que os
trabalhadores teriam que viver com o seguro-desemprego. Se as exportações
brasileiras para os países árabes não voltarem ao normal, cerca de 1,5 mil
pessoas podem perder o emprego ainda em 2019.
O que antes era considerado por
especialistas de mercado como falta de previsibilidade da crise, agora é
tratado com projetos urgentes para reduzir custos e aumentar receitas. Como
consequência deste cenário, percebemos que cada vez mais a parcela de empresas
que historicamente apostavam alto em inovação para manterem a liderança nos
seus segmentos, agora também passam a olhar com mais carinho para os projetos
que conseguem diagnosticar a redução de custos rapidamente.
Partindo deste ponto sobre inovar e
sobreviver, vemos quatro situações ocorrendo no mercado: há empresas que já têm
a casa arrumada e por isso estão focadas em inovar, há outras querendo inovar,
mas não estão com a operação preparada, assim como existem companhias que
querem se organizar para inovar e ao mesmo tempo pretendem iniciar algum
projeto de inovação para não perder tempo e, por fim, temos as empresas que
estão desesperadamente tentando se estabelecer para não fecharem.
Para todos esses cenários, ainda há uma
luz no fim do túnel. Entre inovar e reduzir custos, é possível fazer os dois.
Mas para isso, é preciso buscar o apoio consultivo de empresas que executam
projetos com resultados mais exatos, rápidos e baratos. Isso sem esquecer que
este trabalho deve atender às necessidades de mapeamento sobre onde estão as
maiores oportunidades para a implementação de técnicas e de soluções inovadoras
que reduzem custos e aumentam receitas.
Esse caminho é uma saída ideal para o
momento atual, pois diante desta situação, que deve perdurar ainda no segundo
semestre, temos uma única certeza: as empresas que não se adaptarem e não
tomarem nenhuma ação inovadora correm o risco de não sobreviverem quando a
retomada acontecer. E, para se preparar dessa maneira dentro de casa, o
processo é lento e caro.
O fato é que enquanto não houver uma
estabilidade política e, consequentemente econômica, muitas empresas deixarão
de experimentar novos projetos, tornando o momento ainda mais tenso em busca de
assertividade para conter riscos e reduzir custos. Por isso, é importante
ressaltar: o olhar sobre o que deve ser feito precisa se voltar ao problema de
hoje, mas quem não espiar o futuro próximo pode morrer no amanhã.
Alexandre Gera é sócio-gestor da
GERAVALOR, consultoria especializada em Inovação, Estratégias e Business Assessment para negócios de
todos os tamanhos e segmentos, incluindo Comércio Exterior.