Por Rafael Martins*
Sim. A Internet das Coisas (ou IoT, do
inglês Internet of Things) está inserida de alguma forma nas empresas, mesmo
que seja mais no campo teórico do que no prático. Embora o seu uso ainda esteja
atrelado ao cotidiano das pessoas, ainda que passe despercebido, as
organizações procuram formas de aplicar os benefícios do IoT no dia a dia das
demandas administrativas. Uma coisa é fato. O IoT é um caminho sem volta.
Se na rotina diária há controles
inteligentes que criam listas de compras baseadas na dispensa da geladeira,
lâmpadas que acendem e apagam com sensores e até robôs médicos, no meio
corporativo há a análise preditiva, transporte inteligente, cliente conectado e
lojas completamente automatizadas, sem nenhuma intervenção humana, surgem como
os sinais reais em meio às utópicas ideias do universo da Internet das Coisas.
Rafael Martins |
As diversas tecnologias embarcadas no
conceito de IoT revolucionam não só o modelo de compra no mundo e a experiência
do cliente. A inovação também ocorre no backoffice e no modo como a cadeia de
suprimentos olha para as muitas possibilidades que a Internet das Coisas traz
aos negócios.
Se comparados com os Estados Unidos e
até países como a Estônia, os esforços de IoT no Brasil são poucos, porém
seguem a todo vapor com contornos significativos. Por aqui, por exemplo, em um
âmbito maior, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
(MCTIC) voltou a revisar o Plano Nacional de Internet das Coisas, elaborado em
2017. Num aspecto menor, temos o primeiro supermercado 100% automatizado, em
Vitória, no Espírito Santo, que funciona sem nenhum funcionário. Um feito e
tanto dentro do cenário tecnológico nacional.
Além do varejo final, outra ponta da
cadeia de abastecimento que impulsiona a IoT nos negócios é o setor atacadista
distribuidor. Um dos exemplos vindos deste nicho é o uso de etiquetas de RFID
(Identificação por Radiofrequência ou Radio-Frequency IDentification, em
inglês). É interessante olhar o movimento de distribuidores nesta jornada
digital ao usarem sistemas de radiofrequência para agilizar processos
rotineiros.
Atualmente, o RFID já é utilizado em
conferências de entrada e saída de mercadorias do armazém, na realização de
inventários e no rastreamento de veículos para otimizar frotas a partir do uso
do GPS. Se combinado com soluções para força de vendas, a aplicação do
RFID na gestão comercial e logística gera um cenário positivo nos negócios das
distribuidoras, diminuindo os custos trabalhistas, aumentando a precisão do
inventário, minimizando o desperdício de ativos e melhorando o tempo de
resposta ao cliente. Atributos que permitem a empresa ter uma vantagem
competitiva diferenciada diante da concorrida era da Indústria 4.0.
Com a Internet das Coisas, os negócios
ganham previsibilidade consistente e visão exata de cenário, dando o
entendimento necessário sobre o que fazer daqui dois meses, se tudo estiver
diferente, por exemplo.
Uma tecnologia bem-vinda para o setor de
distribuição, que corre contra o tempo para se adequar ao atual cenário
disruptivo corporativo. Fiquemos atentos porque ainda virão boas notícias em
relação à transformação digital neste mercado.
*Rafael Martins é CEO da LifeApps e
head de tecnologia da MáximaTech, companhia desenvolvedora de soluções móveis
para força de vendas, e-commerce, trade marketing e logística para o atacado
distribuidor.