Ponte aérea Israel - Brasil: a aplicação de ecossistemas de inovação para acelerar a criação de valor
*Por
Paulo Eduardo Brugugnoli
Outubro de 2019 – Israel é um dos três
principais polos de inovação mundial, além dos Estados Unidos e China.
Atualmente, mais de 530 multinacionais estão em terras israelenses e a força de
trabalho local é uma das mais caras do mundo. Porém, o alto custo para
aterrissar em Israel inviabiliza que um volume maior de companhias possa ter
acesso ao celeiro de inovação local, que recebe 4,3% do PIB para pesquisa e
desenvolvimento (P&D), ou seja, aproximadamente US$ 12,8 bilhões
anualmente.
Deste montante, 86% são direcionados aos
gastos no setor privado. Além disso, em Israel, há duas vezes mais
investimentos de venture capital per capita se comparado com os Estados Unidos
e 49% dos gastos israelenses com P&D são financiados por capital estrangeiro.
Então, daqui do Brasil, como podemos ter
acesso a um dos mais importantes centros de
desenvolvimento de tecnologia e inovação do mundo sem sair do nosso país?
A resposta é ter no território brasileiro um canal aberto com o ecossistema
israelense.
A conexão com este polo pode acelerar o
processo de inovação por meio da adoção das mais novas tecnologias. Neste
sentido, é possível utilizar a mão de obra e o conhecimento local, tendo acesso
ao jogo global por meio de parcerias com o ecossistema israelense. Isso
significa capturar o benefício integral das inovações criando vantagem
competitiva através da adoção de tecnologias de última geração.
Sozinhos, não conseguimos identificar e
implementar o que há de mais novo em tecnologia. E, nesta linha, podemos nos
apoiar em empresas que estão bem mais avançadas nesta empreitada,
principalmente em temas como Inteligência Artificial, Indústria 4.0 e
Cibersegurança.
Em Inteligência Artificial, há mais de
1,1mil startups desenvolvendo soluções associadas a esta tecnologia. A proposta
neste campo é ampliar a capacidade de entender o mundo, o conhecimento das
coisas, identificando padrões e comportamentos que o pensamento linear do ser
humano não é capaz de fazê-lo. Desta forma será possível não apenas responder
nossas perguntas, mas fazer as perguntas corretas para os desafios existentes.
Já no quesito Industria 4.0, há uma gama
de tecnologias que permite realizar a gestão da capacidade de produção de uma
fábrica de maneira diferenciada. É possível ter tecnologias que identificam os
problemas da linha de produção antes mesmo que eles aconteçam. Como? Sensores
ligados às maquinas ouvem o barulho que a linha de produção emite e consegue
identificar quando há algum ruído diferente, sendo possível prever quando a
máquina irá parar.
Na linha de Cibersegurança, o mundo
mudou e é preciso se preparar. Os danos atuais representam mais de 600 milhões
de dólares às indústrias. Uma fábrica pode ser fechada ou uma marca pode ter
sua imagem afetada com um ataque cibernético. Israel é o segundo país que mais
cria soluções de segurança no mundo, muito além da gestão de senhas, antivírus,
firewalls e VPNs.
Estamos na economia do conhecimento e,
nos centros mais avançados de desenvolvimento, quanto mais se desenvolve, quantos
mais se usa as novas tecnologias, mais se tem conhecimento para sobreviver e
ser competitivo. E nesta linha, Israel soma 6,6 mil startups ativas. Por isso a
região é alvo de investimentos para desenvolver novas tecnologias, pois eles
aprendem constantemente com suas iniciativas de inovação.
Para quem, de fato, quer sair à frente
no Brasil, o caminho é a ponte aérea Brasil – Israel. De certo, essa medida irá
acelerar as empresas brasileiras no acesso ao que há de mais competitivo no
mundo!
Paulo
Eduardo Brugugnoli é CTO global do gA, companhia
global de tecnologia que utiliza plataformas digitais e serviços de
transformação para capacitar grandes empresas nas Américas e na Europa e que
recentemente abriu uma filial em Israel para promover a inovação.