Projetos de RPA concentrarão investimentos de 20 milhões de dólares nas empresas nos próximos dois anos, aponta pesquisa global da Protiviti
Maior produtividade e forte posição competitiva
no mercado estão entre os benefícios destacados por 450 executivos ouvidos pela
consultoria global de ética e compliance em levantamento que aponta a atual
visão das corporações em relação ao RPA
Um estudo global realizado
pela consultoria Protiviti, em colaboração com a ESI ThoughtLab, constatou que
as empresas vêm investindo significativamente em projetos de Robotic Process
Automation (RPA) e planejam dedicar ainda mais seus investimentos no desenvolvimento
e aplicação da tecnologia nos próximos dois anos.
A pesquisa revela que empresas
de grande porte devem gastar em torno de até US$ 20 milhões em tecnologias de
automação de processos até 2021. Das empresas analisadas, 78% têm receita anual
na casa de US$ 1 bilhão. Já as médias corporações têm a expectativa de destinar
cerca de US$ 5 milhões.
“Os executivos descobrem que
os investimentos em RPA podem produzir uma infinidade de benefícios. Em até
dois anos, as empresas que identificamos como líderes vão usar bots em
praticamente todas as funções de suas organizações ", disse Tony Abel,
porta-voz da pesquisa e diretor da filial americana da Protiviti.
Segundo os 450 executivos
entrevistados para a pesquisa, o principal benefício atrelado à adoção do RPA é
a maior produtividade dos funcionários com 22% de preferência, seguidos de
melhor qualidade do produto (16%), de forte posição competitiva no mercado
(15%), da satisfação do cliente (12%) e da velocidade de comercialização (11%).
O estudo constatou que estes resultados reforçam o fato de que a automação é implementada
nas empresas mais para agregar valor comercial do que para cortar custos,
classificado como o menor benefício com apenas 3%.
"Hoje, o RPA é um ponto
central das operações ágeis e eficientes que fortalecerão as posições de
mercado das empresas, impulsionando eficiências, aumentando a velocidade do
mercado e melhorando o desempenho financeiro", completa Abel.
Apesar da boa receptividade do
RPA, ainda existem barreiras para a implementação produtiva. De fato, 40% das
organizações citaram que um dos principais obstáculos é a incapacidade de
priorizar possíveis iniciativas de RPA, enquanto 30% acham que sua abordagem
com pouco foco dificulta a busca pelas melhores aplicações de RPA. Desafios
adicionais incluem preocupações associadas à segurança cibernética (40%) e
regulamentação (30%).
Já sob o olhar dos recursos
humanos, a pesquisa sinaliza que a falta de talento disponível é outro desafio
para as empresas entrevistadas e que buscam alavancar suas iniciativas de RPA.
De acordo com o levantamento, 24% dos executivos ouvidos citaram isso como uma
barreira significativa.
Nesta situação de dificuldade
entre a demanda e oferta, as empresas que lideram os avanços em RPA fazem um
esforço para capacitar a equipe atual (71%), formar parcerias com empresas de
consultoria ou fornecedores de tecnologia (53%) e identificar novos talentos
fora de suas organizações (40%).
Em relação ao cenário
nacional, Thiago Guimarães, gerente sênior de inovação e transformação da
Protiviti no Brasil, diz que o uso do RPA no Brasil tem muito espaço para
crescer e precisa ser melhor compreendido. “As empresas brasileiras seguem
focadas na redução de custos ao implantar RPA e olham pouco para os benefícios
ligados a satisfação de seus funcionários e clientes”, pontua Guimarães.