por
Marcus Granadeiro*
Março de 2020 – Ninguém tem sistemas apenas por
ter, as empresas não gastam milhões em ERPs ou CRMs reconhecidos só porque
estão na moda. A decisão de adotar um sistema contábil de milhões, no lugar de
outro que seja centenas de vezes mais barato, tem uma razão, principalmente
quando a escolha é tomada por empresas reconhecidamente eficientes e que não
gostam de perder dinheiro.
Já no mundo da engenharia, a implantação de
sistemas de gerenciamento traz economia no processo realizado de forma manual.
Mas, vale a pergunta é: por que se gerencia? A resposta, normalmente, é: para
ter controlar e, ou garantir o prazo, o custo e a qualidade da execução. De
forma mais simplificada, busca-se gerenciar e mitigar o risco.
Todo sistema para gestão de engenharia, qualquer
que seja a fase do empreendimento, tem um custo que pode variar muito em função
da complexidade da solução adotada. É muito importante, para uma decisão
adequada, entender os reais motivos de sua implantação.
Dentro deste contexto, podemos pensar em dar um
passo além e refletir como digitalizar o processo de gerenciamento de
engenharia e da gestão de risco. Fazer isto é um pouco diferente de apenas
implantar um sistema, pois pressupõe revisar os processos e procedimentos,
incorporando à análise todas as tecnologias atuais.
Hoje, um sistema de gerenciamento de engenharia
envolve a gestão de documentos e processos, tecnologia mobile, captura de
realidade com laser, drones e fotos, monitoramento por meio de IoTs (Internet
das Coisas) e estações robóticas, inteligência artificial e BI (Business
Intelligence). O BIM (Building Information Modeling) é um dos componentes que
reúne todos esses itens, é o lugar geométrico e o processo, ou seja, o conceito
da gestão vai bem além.
Com esta visão, a importância de um sistema de
gerenciamento de engenharia cresce de forma exponencial, pois ele pode ser
catalizador para mais investimentos, para reduzir o custo do capital e, até
mesmo, viabilizar projetos atualmente inviáveis. É o valor de reduzir o risco
de uma atividade que precisa de capital e que não está com um bom histórico
recente. É algo que pode ajudar o País a decolar, aproveitando a boa maré de
investimentos marcados para 2020.
*Marcus
Granadeiro é engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da USP,
presidente do Construtivo, empresa de tecnologia com DNA de engenharia e membro
da ADN (Autodesk Development Network) e do RICS (Royal Institution of Chartered
Surveyours).