Dia do Consumidor: 6 passos para uma compra segura na internet


*Por Matheus Jacyntho

Com potencial crescimento, sendo comparado a Black Friday, o Dia do Consumidor ganha popularidade no País, tornando-se o evento mais importante no 1º semestre do varejo brasileiro.  No próximo dia 15 de março mais uma edição da data será comemorada e, com isso, vários estabelecimentos, em especial os e-commerces, preparam ofertas e promoções com condições especiais de compras. Tudo para fisgar o cliente no insólito período entre carnaval e a páscoa, cujo o varejo virtual precisa criar mais oportunidades de vendas.

Cerca de 35 milhões de pessoas já conhecem a data comercial no Brasil, segundo um estudo do Google. Somente no ano passado, a data movimentou, em média, 258 milhões de reais, registrando um dos maiores picos de venda do primeiro semestre, com um salto de intenções de compra de 26% em 2018 para 46% em 2019, de acordo com um levantamento divulgado pela plataforma de busca ShopFully.

Frente a tantas tentações, o consumidor fica mais vulnerável para a atuação de fraudadores e criminosos virtuais, que se valem do alto fluxo de cliques da data com o objetivo de roubar informações pessoais, como, por exemplo, dados bancários que são interceptados na rede para a realização de compras em nomes de terceiros.

Para comemorar o Dia do Consumidor com devida tranquilidade, aponto abaixo os seis passos para ajudá-lo a ter uma jornada de compra mais segura, evitando, assim, a presença de hackers mal-intencionados em seus carrinhos. Vamos às dicas:

Passo 1 – Utilizar antivírus
Para aumentar a segurança nas compras, a primeira medida é o consumidor instalar um antivírus pago. Atualmente os softwares apresentam preços acessíveis à maioria dos consumidores e estão disponíveis em seus sites e lojas de aplicativos, de acordo com a necessidade de proteção do usuário seja pelo computador, tablet ou smartphone.

Passo 2 – Configurar o computador doméstico
Mantenha atualizado o sistema operacional (Windows, Linux, MacOs, Android, iOS, etc) de acordo com a recomendação do fabricante. Mantenha seus sistemas de proteção como antivírus, anti-malware, entre outros, atualizado e funcional.

Passo 3 – Conectar a uma rede de internet segura
Cuidado com as redes WIFI. Existem criminosos que habilitam redes públicas preparadas para capturar dados de pessoas que se conectam achando que estão utilizando um serviço de Internet gratuito. Quando estiver fora de casa, utilize o serviço de dados do seu celular ou conectar às redes abertas somente se utilizar um serviço confiável de VPN (Virtual Private Network), que criptografa seus dados antes de enviar para a Internet. Deste modo, mesmo que alguém colete seus dados, não será possível identificar as informações trafegadas.

Passo 4 – Pesquisar ao ver promoções tentadoras
O smartphone que você deseja está com preço bem mais baixo do que o habitual? Desconfie! Antes de comprar, pesquisa no Google para checar a idoneidade do site. Consultar CNPJ, Reclame Aqui ou canais de contato são opções recomendáveis para conhecer a procedência do e-commerce. O Procon-SP disponibiliza uma lista de sites de compras não confiáveis com empresas que possuem irregularidades, como falta de entrega dos produtos.

Passo 5 – Não abrir e-mail com ofertas inacreditáveis
Assim como na Black Friday é corriqueiro recebermos muitos e-mails falsos com descontos “imperdíveis”. Estes e-mails carregam links, conhecidos como phishings, que podem coletar seus dados como e-mail, senha, número de cartão de crédito dentro de um ambiente “falso”, simulando o site oficial da marca. Se você gostou da promoção que recebeu, acesse direto o site da loja. É mais seguro.

Passo 6 – Gostei. Vou comprar, mas o site pede o meu cadastro. E agora?
É comum o site pedir a criação de senhas de acesso na etapa de finalização da compra. Nunca utilize senhas do tipo 123456. Use da criatividade ao fazer as senhas, diferenciando-as para cada serviço utilizado. Não coloque a mesma sequência de números que você usa em e-mails ou redes sociais. E nada de salvar a senha no bloco de notas. Use um cofre de senhas para ajudar na organização deste processo, que além de tudo conta com mecanismos de segurança e criptografia adequados.

Dadas as dicas ao consumidor, vale um recado também às empresas. De nada adianta o consumidor instalar todo um aparato de segurança digital se a companhia não dá retaguarda necessária com sistemas que garantem uma compra segura e de alta disponibilidade. Por isso, as organizações devem investir na proteção da infraestrutura tecnológica com o uso de proteções tais como, WAF, IPS, os tradicionais Firewalls e principalmente implementar um processo de desenvolvimento seguro de aplicações.

Ao adotar as medidas mencionadas, tanto as empresas e os consumidores sairão ganhando na relação comercial, evitando que fraudes e vazamentos de dados aconteçam por descuidos. Todos sairão ganhando!

*Matheus Jacyntho é gerente de segurança cibernética e privacidade de dados na ICTS Protiviti, empresa especializada em soluções para gestão de riscos, compliance, auditoria interna, investigação, proteção e privacidade de dados.