por Ricardo Recchi*
Adotada
em caráter excepcional pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pelo Governo
Federal enquanto durar a emergência na saúde pública, a Telemedicina visa
desafogar o sistema de saúde e reduzir a disseminação do Coronavírus no País.
Com
a orientação à distância por meio de tecnologias como vídeos, telefone e
aplicativos, a população deixa de ir ao pronto-socorro físico, evitando a
exposição desnecessária em meio à pandemia e corroborando para aliviar o
atendimento presencial com a triagem virtual dos pacientes.
Além
de ter ganhado espaço durante a quarentena, a prática já é uma preferência em
outros países. Segundo a American Hospital Association, que representa mais de
cinco mil hospitais nos Estados Unidos, aproximadamente 76% dos pacientes
priorizam o acesso a esse tipo de tratamento substituindo consultas
presenciais.
Ao
que tudo indica, a experiência do público com a telemedicina durante o período
da pandemia deve dar mais espaço à modalidade no Brasil, além de provocar uma
discussão em torno de uma regulamentação definitiva. Há um potencial
enorme para uma série de serviços, como orientações, consultas, exames,
triagens e monitoramento de pacientes por vídeo, aplicativos, Realidade
Virtual, entre outros.
A
expectativa é que uma regulamentação definitiva ocorra no segundo semestre, uma
vez que uma nova lei aprovada na Câmara e no Senado aguarda sanção
presidencial. Mas, enquanto isso não ocorre, o desenvolvimento de aplicativos,
neste primeiro momento de pandemia, atende com assertividade o quesito do
teleatendimento em todas as camadas: hospitais e planos de saúde, médicos e
pacientes.
Um
aplicativo básico de teleatendimento deve permitir que os pacientes façam
consultas médicas por vídeo a partir de telefone celular, tablet ou desktop.
Tudo de uma maneira confortável, fácil e intuitiva, além de possibilitar
agendamentos 24 horas nos 365 dias do ano.
É
importante também que a ferramenta tenha integração com banco de dados para
armazenar e permitir o acompanhamento do histórico do paciente em tempo real.
Com essa providência, o médico acessa os registros de saúde do paciente durante
as sessões de vídeo para ajudar no diagnóstico e tratamento dos pacientes com
eficiência.
Após
cada sessão on-line, o médico pode fazer um acompanhamento personalizado dos
pacientes por meio de notificações por push, como lembretes de consulta, datas
de prescrição expiradas ou vacinas que estejam prestes a expirar, entre outros.
Além disso, pode compartilhar um resumo por e-mail com os pacientes, incluindo
os principais aspectos discutidos durante a sessão para melhor aderência aos
protocolos de tratamento.
No
caso de planos de saúde ou clínicas particulares, a integração com os métodos e
sistemas de cobrança on-line é outro ponto para adequar à ferramenta, o que irá
permitir cobrar pela sessão de telemedicina ou ainda pela solicitação de
medicamentos no próprio aplicativo, de acordo com as orientações dos médicos.
O
Covid-19 balizou novas práticas de trabalho para muitas profissões. No caso da
Medicina, as razões para investir em métodos de atendimento à distância estão
atreladas à garantia de vidas. Por isso, a prática, que tinha certa resistência
de regulamentação, começa a ganhar espaço neste cenário de pandemia. E, num
futuro próximo, garantirá não só salvar vidas, como também a eficiência
operacional aos hospitais, o melhor acesso a saúde, a economia de custos
operacionais, a conveniência e o atendimento à demanda da sociedade pela
Transformação Digital.
*Ricardo Recchi é country
manager da Genexus Brasil, desenvolvedora global de produtos para software
baseados em Inteligência Artificial