*Por
Angélica Assunção
Devido à pandemia do Coronavírus e a
recomendação do isolamento social, de um dia para o outro, acompanhamos as
empresas, mesmo as embrionárias no quesito ‘digital’, disponibilizando aos
colaboradores uma estrutura de informática, com computadores e acesso às redes
que possibilitasse a adoção do home office.
Além das dificuldades de infraestrutura
em suas casas, os colaboradores lidaram (e estão lidando) com outro obstáculo,
a adaptação à nova rotina com as famílias, na qual os pais e os filhos estão em
casa 24 horas por dia. E, com isso, a lista de funções e preocupações é
aumentada: casa, alimentação, atividades escolares (a famosa aula online),
entre outras atribuições.
Com a somatória desses fatores, houve um
aumento de atividades no RH, dentre os direcionamentos, as adaptações de
políticas pré-existentes e adequações às legislações trabalhistas, buscando uma
redução do impacto nas finanças e, também, o suporte aos líderes e às equipes
que se concentrou na área.
Neste cenário, como ‘pano de fundo’ das
decisões das empresas, a área de Recursos Humanos assumiu uma das missões mais
difíceis: garantir a estação de trabalho e a saúde física (relativo a
ergonomia) e mental dos colaboradores à distância e, ao mesmo tempo, lidar com
as demissões ou as contratações, dependendo do movimento da empresa, afinal, os
cuidados com os colaboradores recém-admitidos estão redobrados.
Com essa missão, a construção de todos
os processos, como os treinamentos, remotamente foi um desafio. Para suceder na
missão com os colaboradores e novos colaboradores: a área de recursos humanos
das empresas otimizou sua comunicação e empatia.
Diante da necessidade das pessoas pela
conexão e normalização, dentro do possível, é fundamental que as equipes
desenvolvam suas rotinas de trabalho, sem exceder os horários, mas com
acompanhamento, seja em alinhamentos diários ou ferramentas de compartilhamento
de atividades. A área trouxe às atividades até o happy hour virtual para
descontração das equipes, que tem se mostrado um momento de conexão entre os
pares e os líderes!
Por isso, deixo aqui uma pergunta: você,
líder, demonstra com frequência sua preocupação sobre o estado emocional da sua
equipe? Eles são os reais indicadores das empresas!
Outro ponto de atenção é a dualidade
entre aqueles que se adaptaram mais facilmente ao home office, a exemplo das
novas gerações, e os mais resistentes. É importante que haja transparência e
cuidado nas comunicações, respeitando as individualidades dos profissionais,
principalmente com a crescente na possibilidade do home office de algumas
empresas se estender até 2021, quem sabe permanentemente.
Agora, frente à retomada das atividades
e às lições do vírus, como a ressignificação do trabalho, junto à constatação
do bom funcionamento do trabalho à distância, temos a certeza de que as
estruturas engessadas em modelos de gestão de comando e controle não têm mais
espaço nas empresas. Num novo normal, os colaboradores necessitam de
orientações a resultados, e não a horários.
A Transformação Digital vem acontecendo
e, com ela, a construção do futuro do trabalho. O amanhã se aproxima, após a
ascensão do digital nos últimos meses, mas a humanização das relação não pode
(e nem deve) ser deixada de lado. Vamos caminhar juntos, e melhores, ao
pós-pandemia!
*Angélica Assunção é gerente de Recursos Humanos da Engineering,
companhia global de Tecnologia da Informação e Consultoria especializada em
Transformação Digital.