*Por
Ricardo Recchi
É fato, o mundo nunca mais será o mesmo depois do
Coronavírus. Neste cenário, muito se fala sobre as adaptações das prestadoras
de serviços aos hábitos que foram desenvolvidos pelos consumidores nesta
pandemia. Mas, neste famigerado novo normal que nos aguarda, como ficam as
empresas que atuam no segmento B2B (Business to Business)? Quais mudanças serão
necessárias em seus modelos de negócio?
De um lado, a Organização
da Nações Unidas (ONU) estima que o PIB mundial terá um prejuízo de cerca de
US$ 2 trilhões, elevando a taxa de desemprego após esta crise. Como
consequência, o quadro de funcionários certamente irá reduzir em alguns setores
e, com equipes mais enxutas, vem a importância da digitalização dos processos
para que o cliente final não seja impactado com morosidade. Por outro lado,
teremos a necessidade de tecnologias que facilitem o desempenho das funções dos
colaboradores não apenas pela escassez de profissionais, mas também pela
exigência de agilidade em todo ecossistema.
Um exemplo são as entregas
e a disponibilidade de produtos. Se antes do início da pandemia as pessoas eram
imediatistas, agora suas demandas são para ontem, ou seja, se tornaram mais
rígidas com as empresas e, consequentemente, se sentem insatisfeitas
facilmente. Com este perfil
de consumidor, que é atendido por uma empresa com pessoas que também passaram a
ser exigentes e imediatistas, a equação passa a considerar a agilidade como
premissa. E, para isso, é importante que haja um alinhamento de toda a cadeia:
produção, distribuição e logística.
A começar pelo processo de venda, o B2B
será exigido de novas formas de interação, ampliando, por exemplo, o modelo
remoto de demonstração de produtos, com demos que atraia o comprador, além de
criar um arsenal de conteúdo online que seja útil para a dinâmica de uma venda
diferenciada, ou seja, será preciso ter novas formas de interagir com seu
público. E da comercialização, passamos para a logística, que precisará ser
programada por meio de softwares que sigam a mesma agilidade das vendas, com
entregas programadas e com curto prazo.
Pensando que o consumidor final demanda
‘para ontem’, a disponibilização e o mínimo de ruptura são ordens para as novas
relações B2B e as palavras-chaves para este momento são: agilidade e
desburocratização. E, nesta cadeia, os serviços financeiros vêm na esteira da
demanda por simplicidade e rapidez. No final das contas, toda essa mudança
garantirá redução de custo no processo e, pensando no argumento inicial deste
artigo, que é o colapso do PIB mundial, quem tiver melhores preços e
atendimento, ganhará mercado.
Essas são algumas linhas para as
empresas do segmento B2B repensarem seus modelos de negócios com foco na
otimização de processos e de uso dos seus recursos, operando com equipes mais
enxutas e novas rotinas embarcadas em tecnologias que antes eram complementares
e passam a ser essenciais.
Cabe ao mercado acessar plataformas que
apoiam a criação desses modelos de negócios mais disruptivos, como o low code,
que é dotado de uma infraestrutura que permite o desenvolvimento de aplicações
de forma rápida e sem complexidade. A demanda é para ontem! A ordem agora às
empresas é embarcarem neste universo para explorar o que já está disponível
para ajudar na sua operação.
*Ricardo Recchi é country
manager da Genexus Brasil, desenvolvedora global de produtos para software
baseados em Inteligência Artificial.