Minha Casa Minha Vida alavanca setor imobiliário com a venda digital em meio à pandemia

Por Glauco Farnezi*

O setor imobiliário, que foi desafiado durante a pandemia do Coronavírus devido ao fechamento dos estandes de vendas, teve seus resultados revertidos no segmento Minha Casa Minha Vida (MCMV), que apresentou crescimento no volume de transações durante a quarentena.

 

Segundo a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), de fevereiro a abril deste ano, os lançamentos aumentaram 2,2% e as vendas 6,7% em relação ao mesmo período de 2019. Dentro deste total, os lançamentos MCMV cresceram 10,5% e as vendas ampliaram 20,3%, ou seja, foi o setor foi responsável por manter os números do mercado imobiliário. 

 

Isso porque, de um lado, o Governo junto à Caixa estipulou alguns incentivos de crédito e carência para pagamentos. Por outro, o mercado imobiliário encontrou na tecnologia uma alternativa para continuar vendendo. O resultado foi a ampliação da digitalização dos processos comerciais de incorporadoras, loteadoras e imobiliárias.

 

Lembrando que o programa Minha Casa Minha Vida corresponde a 79% dos lançamentos e 71% das vendas no País, construtoras que atuam neste segmento afirmam que tiveram sucesso nas vendas e que a conquista está relacionada ao uso de estratégias junto às tecnologias que apoiem o processo de venda.  

 

Um caso emblemático é da Árbore Engenharia, que é referência neste setor. Com todos os estandes fechados, a empresa teve recorde de vendas com o uso de processos digitais, que começam e finalizam a transação de forma online. É fato que a desburocratização dos processos, consequência da digitalização do cliente, se tornou crucial neste segmento.

 

Não podemos deixar de lembrar que, antes da pandemia, a digitalização das vendas de imóveis era um projeto importante para as empresas do setor, mas, agora, tornou-se obrigatório. Adotando processos num formato 100% digital - desde o atendimento e análise de crédito, passando pela visita à assinatura do contrato, as construtoras que atuam no MCMV não tiveram grande impacto nas vendas em decorrência da crise do Coronavírus. 

Sabemos que o mercado imobiliário sempre foi um segmento muito tradicional e o processo de vendas sempre foi muito burocrático. Assim, ter uma venda mais simples, mobile e digital durante toda a jornada simplifica o trabalho não apenas para o gestor, mas também para o corretor, o correspondente bancário, a secretaria de vendas...

O longo período que uma construtora levava para fechar sua venda, que durava em torno de 40 dias, hoje pode ser realizado em dois dias. A digitalização vai transformar o mercado imobiliário e a pandemia mostrou essa necessidade, reforçando que este também é um setor que ou inova ou irá padecer.

*Glauco Farnezi é CEO da Facilita, desenvolvedora do app Facilita, primeiro aplicativo para gestão digital de venda de imóveis