*Por
Carlos Souza
O
cenário pandêmico ainda apresenta incertezas em relação aos requisitos e às
decisões necessárias para que as empresas sigam adiante com segurança. Criar a
expectativa da retomada da jornada, neste novo normal, abre oportunidade para
que vários pontos de atenção sejam percebidos e tratados.
Resgatar
a temática de BPM (do inglês, Business Process Management) significa promover o
aporte de análise e transformação fundamentais neste contexto em que a
palavra-chave é adaptação. A necessidade de migração para o teletrabalho, de
maneira massiva e praticamente instantânea, revelou fragilidades e riscos
inéditos nos processos de negócio e, por isso, precisam ser reavaliados e
redesenhados com foco na identificação e mitigação de ameaças,
independentemente da estratégia de retomada das atividades em questão.
Considerando
que a avaliação dos processos nunca ocorre durante uma crise, possivelmente as
empresas a farão na retomada, ou seja, agora. Essa é uma situação oportuna para
que as empresas façam uso de todas as ferramentas e conjunto de conhecimentos
que o BPM pode oferecer. De maneira ainda mais intensa, o novo normal terá as
pessoas como elemento central, independentemente do segmento e porte da
empresa, para que elas realizem as tarefas que estão contidas em processos.
Como
ainda não saímos da crise, o mapeamento já deve ocorrer somado ao conhecimento
prévio existente em cada empresa. Essa etapa permitirá a identificação de
anomalias, fragilidades e gargalos em diversas interações entre processos que
não foram concebidos originalmente para um cenário como este que estamos
vivendo e nem nessas atuais proporções. O objetivo não é blindá-los para uma
ocorrência similar no futuro, mas, sim, acelerar o amadurecimento e a
implementação de medidas que tornem a empresa mais robusta para enfrentar
imprevisibilidades.
Por
outro lado, o desenho “to be”, ou seja, a visão das novas interações, rotinas,
tarefas, bem como as participações ativas de cada um dos realizadores,
demandará um exercício intenso de formulação. Não apenas com foco em obter
processos lineares e eficientes, mas a fim de compatibilizá-los ao incerto
cenário futuro.
Investir
esforço, capital intelectual e metodológico tornará esta jornada realizável,
mas não necessariamente suave. O Gerenciamento de Processos de Negócio, através
de seu conjunto de conhecimentos e ferramentas, auxiliará significativamente o
trinômio pessoas-processos-sistemas a fim de superar as adversidades atuais,
redirecionando a bússola aos novos tempos.
*
Carlos Souza é gerente de riscos e performance na ICTS
Protiviti, empresa especializada em soluções para gestão de riscos, compliance,
auditoria interna, investigação, proteção e privacidade de dados, única empresa
de consultoria reconhecida como Empresa Pró-Ética por quatro anos consecutivos.