por Fabrício Santos*
A Covid-19 provocou transformações tecnológicas
em todos os setores, e a logística foi uma das áreas mais impactadas. Isso
porque, para atender às novas demandas, as empresas precisaram avaliar a
incorporação de ferramentas em seus processos com o objetivo de promover um
salto de eficiência em rastreamento, transporte e armazenamento. O consumidor
final foi beneficiado, mas certamente os negócios também, pois muitos projetos
de inovação que estavam no papel foram antecipados.
Os gestores de logística que não se adaptarem à
nova realidade tenderão a ficar para trás, uma vez que estão surgindo novos
padrões de comportamento dos clientes, que exigem que seus produtos ou serviços
sejam mais rápidos e com valores mais competitivos, sobretudo em relação ao
frete.
Diante deste cenário, listei as sete principais
tendências tecnológicas que vão apoiar as operações logísticas em 2021,
ressaltando que a competitividade deve estar no topo da lista de prioridades
neste próximo ano.
- Internet
das Coisas (IoT) - o sistema de dispositivos de computação
inter-relacionados permite a transferência de dados por meio de redes sem
intervenção humana, ajudando as empresas a monitorar o estoque, otimizar
as rotas da frota e reduzir a quilometragem, entre outros benefícios.
- Inteligência
Artificial (IA) - as soluções de IA têm inúmeras aplicações na cadeia de
suprimentos, especialmente em relação à armazenagem, cujo uso inclui
ferramentas para o reconhecimento de gestos em vez de teclados e mouses,
além de veículos autônomos projetados para andar sem intervenção humana.
- Robôs - o
conceito de robótica e automação na cadeia de suprimentos tem como função
auxiliar os colaboradores em tarefas repetitivas e fisicamente
desafiadoras. Vale ressaltar que as últimas gerações de robôs já estão
mais fáceis e flexíveis de programar, além de mais acessíveis
financeiramente.
- Drones - a
entrega por drones é uma das tendências de logística mais esperadas pelos
consumidores e promete reduzir os custos de transporte e diminuir os
prazos de entrega. Porém, essa é uma novidade que ainda enfrenta desafios,
como a restrição de tamanho e peso dos itens, o tempo total de autonomia
no ar, a adaptação para acomodar e condicionar cargas de forma segura,
além de questões relacionadas à legislação.
- Dispositivos
vestíveis (wearables) – combinados com a tecnologia de nuvem, os
dispositivos vestíveis, como relógios, pulseiras ou óculos de realidade
virtual, permitem às empresas facilidade para manter o controle de seus
estoques. Dentre os benefícios destes dispositivos também estão a
possibilidade de a empresa descobrir a demanda de produto, realizar um
inventário e monitorar os funcionários do depósito, entre outros
atributos.
- Blockchain
– usado por operações que têm produtos de alto valor agregado e que
precisam de uma comunicação rápida entre todas as pontas, a solução é
muito usada em portos para transporte de metais, ferro e ouro. O
Blockchain cria um bloco de informações criptografado, que é validado
entre todas as pontas, eliminando a necessidade de integrações entre
sistemas, além de trazer agilidade e eficiência na comunicação de
informações que precisam ser compartilhadas entre uma extensa rede de
parceiros.
- Assistentes
virtuais - comandos por voz, como a Alexa, podem ser utilizados para
auxiliar o gestor da logística. Neste modelo, ele “fala” com o dispositivo
indicando ordens de serviços, como a convocação de um funcionário para
realizar uma tarefa ou o abastecimento de produtos em determinado picking.
Ou seja, ao invés do gestor se deslocar até um computador para solicitar
uma atividade, ele simplesmente utiliza o comando de voz do assistente
virtual para intermediar os pedidos, obtendo mais agilidade e
produtividade no processo.
É fato que se torna impossível falar sobre
logística e cadeias de suprimento sem considerar a tecnologia. A evolução das
soluções digitais permite que todos os processos sejam coordenados com mais
eficiência, reduzindo custos e aumentando a produtividade. Além disso, as
empresas que implementarem práticas de logística bem projetadas serão capazes
de atender às necessidades dos consumidores de maneira mais ágil. E o próximo
ano será um celeiro de oportunidades para o setor e, quem estiver à frente, irá
tirar mais proveito deste cenário.
*Fabrício Santos é especialista em Logística da MáximaTech e da onBlox, empresas do Grupo Máxima que desenvolvem soluções para força de vendas, e-commerce, trade marketing e logística para a cadeia de abastecimento.