por Nayara Prado e Cíntia Martins*
Há muito tempo se fala do
“sentido do trabalho”, mas, essa expressão nunca foi tão forte quanto agora, ao
pensamos no novo contexto organizacional. Já se passaram mais de 365 dias desde
que as relações mudaram drasticamente e reforçaram o quanto a adaptação e a
agilidade se tornaram um diferencial competitivo.
O
acrônimo MUVUCA, da realidade significativa, universal em um contexto volátil,
incerto, complexo e ambíguo, que era tão utilizado antes da pandemia, hoje dá
espaço para o BANI, que significa fragilidade, ansiedade, não linearidade e
incompreensibilidade. É neste novo momento que entendemos que o mundo é frágil.
A Covid-19 transformou drasticamente a lógica dos mercados provocando mudanças
significativas até mesmo nas carreiras, tornando possíveis novas posições e
formas de trabalho.
Somado
a isso, a ansiedade gerou a necessidade de tomar decisões rapidamente, pois
qualquer minuto perdido parece nos colocar para trás e a diferença entre o
sucesso e o fracasso pode estar no tempo de resposta às fragilidades que
enfrentamos.
Em
um ambiente não linear, as decisões têm alto impacto, fortalecendo cada vez
mais o preparo e o autodesenvolvimento dos colaboradores para o intraempreendedorismo
- aquele que empreende para dentro – e o protagonismo na tomada de decisão.
Esse novo modelo exige uma mentalidade data-driven, ou seja, a busca por
respostas com base em dados e nas inúmeras informações que temos de todos os
lados. Por isso, as empresas e lideranças devem se posicionar para dar suporte
para o colaborador, fazendo com que o sentido do trabalho seja experienciado em
sua totalidade.
Pensando
que os escritórios corporativos descontraídos ganharam extensão nas casas dos
profissionais, tornando um só núcleo os ambientes familiar, profissional,
educacional e de lazer, como é possível promover a cultura da empresa com uma
jornada que faça sentido para as diferentes gerações e que seja orgânica em sua
experienciação?
Uma
cultura inovadora exige um ecossistema que sustente tal princípio a partir da
adoção de medidas que empoderem as pessoas como o centro das decisões,
dando-lhes autonomia e consciência dos impactos de suas ações, e
principalmente, tratando o erro com tolerância. Além disso, é fundamental ter
uma liderança capaz de suportar essa cultura com a compreensão dos diferentes
comportamentos e perfis das gerações atuantes para saber conduzir todos a um
único objetivo e diante de um mesmo propósito.
Para
suportar esse ecossistema híbrido, os líderes, como grandes agentes
integradores, tomam o papel imprescindível como propulsores do desenvolvimento
e do protagonismo dos profissionais. Claro, não podemos esquecer da necessidade
de relações humanizadas e empáticas à distância e de proporcionar uma
experiência positiva ao colaborador. Não se trata mais um diferencial
competitivo, mas sim de uma necessidade.
O
mundo em sua volatilidade nos provoca a desconstruir padrões antes aplicados na
gestão de pessoas, nos levando a ressignificar novos comportamos e processos
diante dessa nova realidade BANI. E você, já parou para pensar quantos novos
aprendizados obteve nesse novo contexto? Seguimos juntos nesse momento no qual
a incerteza é a única certeza que temos e que novos aprendizados virão
continuamente.
*Nayara Prado é Culture & Development Coordinator e
Cíntia Martins é HR Business Partner Coordinator, ambas atuam na Engineering,
companhia global de Tecnologia da Informação e Consultoria especializada em
Transformação Digital.