por Paulo Musa*
À medida
em que as legislações se aprimoram, comportamentos usados antigamente precisam
ser revisados e ajustados para estarem em compliance com os novos conjuntos de
normas. Logo, o comprometimento com as regras que regem uma atividade se torna
essencial para garantir às empresas o compromisso com a qualidade e ética de
seus produtos e serviços. Mas, como é possível ter ciência sobre essas
conformidades quando se trata de uma terceirização? Na atividade de segurança
patrimonial, por exemplo, qual a garantia de receber uma mão de obra
especializada compatível com os níveis de serviços acordados?
Felizmente,
hoje, a contratação de terceiros também é apoiada por processos de compliance.
As empresas tomadoras de serviço precisam ter cuidado com a organização
contratada. Nesse sentido, tão importante quanto avaliar o compliance de
empresas, é necessário também avaliar o nível de aderência dos colaboradores
desses prestadores de serviço com a ética no trabalho, afinal são eles os
executores dos procedimentos e, portanto, os fiéis guardiões do compliance da
empresa contratada.
Não
basta saber se o professional tem conhecimento técnico, é preciso vislumbrar se
a ética de seu aprendizado estará ativa na hora requisitada ou se ele estará
apenas de “corpo presente’, fornecendo acesso livre em troca de benefícios, por
exemplo, ou simplesmente ignorando alertas para cenas atípicas. É neste ponto
que encontramos os maiores problemas nas atividades de segurança. Então, é
importante observar a aderência do colaborador aos princípios éticos das
empresas.
O
processo de avaliação das propostas de contratação das empresas terceiras
também precisa ter um olhar técnico para equalizar a oferta com a necessidade.
Definir parâmetros para não cair no erro de contratar o barato que, no
processo, se torna caro, é um desses cuidados. É preciso ter um escopo bem
definido em relação aos requisitos, como número de hora homens, escala de
trabalhos, tipo de carros e quilômetros rodados, armas, guarita, moto e, enfim,
tudo o que a operação precisa para funcionar com a certeza de que o serviço
contratado sustentará as demandas sem surpresas no investimento final.
Por
fim, um terceiro ponto importante para a seleção adequada do serviço a ser
contratado é a experiência na área de Segurança, que, muitas vezes, não é
conhecida pela área de compras ou ainda do próprio tomador do serviço. O uso de
uma assessoria para auxiliar nesse processo possibilitará uma avaliação
consistente de seleção das empresas e de seus profissionais em relação à
capacidade técnica, postura, ética e riscos, bem como dos requisitos
necessários para a aderência ao projeto ou operação de segurança.
O
trabalho da consultoria não vem para apontar os erros, mas para ajudara a criar
alicerces para os processos de segurança e, neste ponto, que é considerado uma
missão crítica, essa assessoria apresenta as soluções necessárias para dar
suporte na avaliação de empresas e de colaboradores - tudo com o objetivo de
minimizar os problemas na execução dos serviços contratados.
*Paulo Musa é consultor em
segurança empresarial da ICTS Security, empresa de origem israelense que atua
com consultoria e gerenciamento de operações em segurança.