Por
Felipe Barroso*
O Brasil gera, aproximadamente, 80 milhões de toneladas de lixo por ano, sendo que, desse volume, apenas 4% têm sido reciclados, de acordo com a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais). A pesquisa também aponta que foram desperdiçados 12 milhões de toneladas de produtos recicláveis no ano, deixados em locais inapropriados.
Contudo, a reciclagem depende de alguns fatores para conquistar uma estrutura sólida e efetiva, que passa pela cadeia do descarte correto até a coleta e triagem desses itens. Para isso, há a necessidade de uma conscientização ambiental, que tem início em casa. Nas residências e escritórios, o lixo orgânico deve ser separado do que é reciclável. Itens como alumínio, papel, vidro e plástico são materiais reaproveitáveis, porém, precisam ser descartados sem resíduos como a gordura, por exemplo.
Com eles limpos e secos, a separação ganha maior rapidez e eficiência, além da obtenção de uma triagem mais criteriosa. Embalagens com restos de alimentos ou sujas por algum tipo de resíduo acabam sendo inutilizadas no processo de reciclagem, perdendo algo valioso.
Outro tipo de resíduo encontrado nos lares brasileiros que pode ser reaproveitado é o de grande volume, ou seja, basicamente tudo aquilo que não cabe dentro dos sacos de lixos, como armários, camas, sofás, portas, mesas, cadeiras e berços, entre outros. Sem saber o que fazer, o brasileiro descarta esses materiais na rua, que acaba atraindo insetos e roedores, contaminando rios e, em outros casos, esses materiais são queimados, poluindo o meio ambiente.
É sabido que cada prefeitura tem sua
maneira de trabalhar para receber este tipo de resíduo, mas o certo é a
responsabilidade de cada um, que deve levar ou pagar um frete para descartar em
um ecoponto, como acontece no mundo inteiro, pois assim será descartado em seu
destino final.
Vale lembrar que boa parte desse
material, que é um passivo ambiental, se destinado adequadamente, pode ser
transformado em combustível para a geração de energia renovável.
Conheça algumas dicas de separação
correta do lixo para uma reciclagem de sucesso:
- Papéis com cola, filme
PVC, fitas adesivas, esponja de aço não são recicláveis e devem ir para o
lixo comum;
- Embalagens de papelão ou
de plástico que embalam as capsulas de café devem parar no lixo
reciclável;
- Evite amassar o papel
antes de jogar no lixo. Quanto mais intacto ele estiver, mais as fibras de
celulose são mantidas para a reciclagem;
- Embalagens e recipientes
de maquiagens são recicláveis;
- Caixa de pizza é
reciclável, retire os restos orgânicos e descarte na lixeira destinada aos
recicláveis
- O isopor é reciclável e
deve ir para a lixeira de plásticos ou de recicláveis. Ele pode virar, por
exemplo, matéria prima para blocos de construção civil;
- Alumínio das tampas de
iogurtes, dos invólucros de garrafas de vinho, das bandejas e das
embalagens de marmitas devem ser descartados na lixeira de recicláveis.
O comportamento da sociedade perante o
descarte e reaproveitamento de recicláveis só sofrerá mudanças por meio da
conscientização coletiva e tudo começa por uma educação ambiental iniciada em
casa.
*Felipe
Barroso é diretor-presidente da Transforma Energia, primeira empresa brasileira
a desenvolver um projeto que atende em 100% o novo marco regulatório de
tratamento e destinação final de resíduos.